Passados 11 meses deste ano, marcados pelo maior controle da pandemia de Covid-19 e aumento da vacinação, o número de óbitos em Catanduva voltou ao patamar anterior à crise sanitária. O levantamento foi feito por O Regional no Portal da Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Conforme os dados, foram 1.142 óbitos na cidade de janeiro a novembro deste ano, aproximando-se dos 1.060 do mesmo período de 2019, mas ainda com alta de 7%, e aos 1.087 de 2018 (5%).
Em contrapartida, nos dois anos em que o coronavírus mais fez vítimas, o número de falecimentos subiu para 1.251, nos onze primeiros meses de 2020, e 1.392, no mesmo período de 2021. O aumento, na comparação com 2019, foi de 18% e 31%, respectivamente.
Quando analisados os registros de 2022 mês a mês, não é possível constatar qualquer tendência, já que os números oscilaram da seguinte forma: 97 em janeiro, 123 em fevereiro, 117 em março, 89 em abril, 115 em maio, 132 em junho, 110 em julho, 115 em agosto, 80 em setembro, 83 em outubro e 81 em novembro. No ano passado, o pico foi no mês de maio, com 194 mortes.
Diferente do cenário de Catanduva, no Estado de São Paulo como um todo o número de óbitos deste ano ainda está bem mais elevado do que o visto antes da pandemia. Tomando como base os onze primeiros meses do ano, foram 279.862 mortes em 2018, 289.560 em 2019, 325.855 em 2020, 408.860 em 2021 e 330.495 em 2022. A diferença entre 2019 e 2021 chega a 18%.
MORTES POR COVID
Segundo os Boletins do Coronavírus divulgados de forma periódica pela Secretaria Municipal de Saúde, 23.638 pessoas foram contaminadas e 96 morreram devido à doença, em Catanduva, este ano. No último boletim divulgado em 2021, a cidade tinha 18.660 casos da doença e 634 mortes. Já na atualização mais recente, em 25 de novembro, são 42.288 confirmações e 730 óbitos.
SEQUELAS DA COVID
De acordo com levantamento feito pela Arpen/SP, com o aumento da vacinação e o maior controle da pandemia, a Covid-19 deixou de liderar o ranking de mortes por doenças em São Paulo, apresentando queda de 83,6% de 2022 em relação ao ano passado – no caso do estudo da Arpen-SP, os dados considerados são os de janeiro a outubro de cada ano.
Em 2021, no período analisado, foram registradas 111.345 mortes causadas pelo novo coronavírus frente a 18.182 neste ano. No entanto, outras doenças, algumas delas relacionadas a sequelas da doença passaram a registrar crescimento diferenciado no estado.
"Embora haja uma diminuição nos óbitos por Covid-19, notamos crescimento de óbitos de outras doenças, como a pneumonia, doenças do coração e septicemia, que podem vir a ser consequências de sequelas da Covid. A partir desses dados, é possível pensar em políticas de saúde pública e prevenção a essas doenças", diz Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen/SP.
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