Psiquiatra reforça alerta sobre riscos do uso indevido do Zolpidem
Medicamento indutor do sono tem sido utilizado pelo público jovem para ter alucinações, mas consequências são perigosas
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Psiquiatra Marina Toscano afirma que este momento é de epidemia de pessoas dependentes
Por Guilherme Gandini | 18 de dezembro, 2022

Postagens vistas nas redes sociais sobre o uso do medicamento Zolpidem, muitas vezes em tom cômico, trazem consigo riscos não calculados pelos jovens. “Nas redes vem sendo até motivo de piada, são pessoas contando suas façanhas como algo engraçado, quando na verdade se trata de algo perigoso e muito serio”, alerta a psiquiatra Marina Toscano.

Ela explica que o Zolpidem é um medicamento indutor do sono, indicado para insônia, que tem potencial de causar dependência e, por isso, não indicado para uso prolongado.

“Seu uso deve seguir algumas recomendações, como deitar logo depois de tomar, pois ele pode produzir um estado de sonambulismo em que a pessoa fica “acordada, mas dormindo”, fazendo ações como comer, enviar mensagens, comprar, dirigir, fazer sexo, sem registrar esses atos na memória. No dia seguinte, pode ser surpreendida por situações até perigosas em que se envolveu”, pontua a especialista.

Recentemente, o Zolpidem chegou a aparecer como um dos assuntos mais comentados no Twitter, depois de ter virado “moda” entre os jovens que fazem uso da droga para ter alucinações – ficar “chapado”, na linguagem deles próprios. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vendas do fármaco aumentaram 560% em 10 anos.

Apesar dos riscos, muitas pessoas continuam fazendo claro abuso do remédio. “Estamos no momento com uma epidemia de pessoas dependentes”, afirma Marina, sobre a situação. “É preciso entender que o tratamento ideal da insônia deve ser com um médico psiquiatra.”

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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