Psiquiatra fala sobre a ‘tristeza de fim de ano’ e orienta como agir
Marina Toscano frisa que época faz alusão à união familiar e à troca de presentes, o que nem sempre acontece na vida real
Foto: Arquivo Pessoal - Marina Toscano diz que o ideal é que pessoas procurem apoio profissional
Por Guilherme Gandini | 29 de dezembro, 2023

A época de Natal e Ano Novo, na maioria das vezes, está associada a sentimentos de alegria, entusiasmo e confraternização no imaginário coletivo. A chegada dessas datas carrega diferentes simbolismos e tradições tanto para crianças como para adultos. Há até quem acredite que literalmente exista o "espírito natalino", que torna as pessoas mais generosas e solidárias.

Em contrapartida, muitas pessoas que passam por experiências bem diferentes nesse período, como tristeza, ansiedade, medo e frustração. Tudo isso pode ser resultado de diversas razões, sendo uma delas a perda. Nessas celebrações, tudo passa a ficar mais evidente a partir da falta.

Para a psiquiatra Marina Toscano, um ponto importante ao tratar deste tema é diferenciar o que é tristeza do que é depressão. “Tristeza é um sentimento que qualquer um está sujeito a ter por momentos de coisas que não acontecem, que não vão bem, coisas que deixam você pra baixo, como a perda de um emprego, a perda de um adquirido, dificuldades financeiras”, expõe.

Já a depressão tem a tristeza como característica na maior parte do tempo, mas vem associada a outras coisas. “Como a perda de prazer nas atividades que antes eram prazerosas, sintomas neurovegetativos como insônia, excesso de sono, falta ou excesso de apetite, indecisão, dificuldade de concentração, sentimento de culpa. A depressão é muito mais do que a tristeza.”

Esclarecido isso, a especialista pontua que, nesta época do ano, é comum que as pessoas que já estejam deprimidas tenham piora dos sintomas, mas mesmo aquelas que não tenham depressão podem exibir sintomas de tristeza.

“É uma época que tem grande apelo à união da família e muitas vezes a família não está unida porque aconteceram coisas ao longo do ano. Muitas pessoas estão passando por dificuldades financeiras e tem todo um apelo da mídia sobre compra e troca de presentes, então a tristeza ela pode surgir nesse contexto de frustrações ou de conflitos mal resolvidos”, detalha.

Outra situação frequente, acrescenta, é quando há um quadro de perda. “As pessoas enlutadas, principalmente em luto recente, o primeiro natal sem a mãe, o primeiro natal sem o pai, então isso também é um marco muito grande. Quando a família perde a matriarca, por exemplo, o primeiro natal sem a avó que era um ponto de união, então é comum as pessoas ficarem tristes nesse contexto e as pessoas que já estão deprimidas podem até agravar esse quadro.”

COMO AGIR

Marina Toscano diz que, idealmente falando, seria importante que a pessoa que está passando por essa tristeza procurasse terapia, psicoterapia, o apoio emocional de um profissional da psicologia para ajudá-la, além de se manter ocupada com seus hobbies ou com as pessoas queridas que estão próximas, tentando passar por essa fase de fim de ano que é finita.

“As pessoas que estão mais deprimidas, exibindo outros tipos de sintomas, precisam procurar ajuda médica. São as pessoas que começam a ter alterações de sono, de apetite, pensamentos negativos e de morte, aí já é um quadro mais grave que necessita de auxílio médico e, provavelmente, medicação”, complementa a psiquiatra.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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