A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano que ocorre entre a infância e a idade adulta registrada por um período de transição, marcado por mudanças físicas, emocionais, cognitivas e sociais de forma muito significativa e com muitas mudanças e pressões sociais, mas também uma fase de grandes descobertas, crescimento e formação de identidade.
Diante de uma fase tão desafiadora como a fase da adolescência, as mídias sociais possuem um papel muito significativo para estes jovens. Segundo a psicóloga Joyce Bonfante, especialista em psicologia da saúde, estudos recentes indicam que o uso excessivo de telas de celular, especialmente o TikTok, pode ter um impacto significativo na saúde mental e física dos adolescentes.
Ela aponta que o uso excessivo de celulares e aplicativos como o TikTok pode ter vários efeitos negativos na saúde mental das crianças e jovens, gerando isolamento social, pois os jovens podem se distanciar das atividades em grupo e se envolver menos com amigos e familiares; vícios, pois os jovens podem se tornar dependentes do uso constante do celular, o que pode levar a ansiedade e estresse; diminuição da distração e produtividade, afetando negativamente o desempenho acadêmico e profissional; dificuldade em tomar decisões sem antes consultar o celular ou computador; baixa autoestima e autoconfiança; sentimentos de angústia, medos, desamparo e inseguranças; comparação social, já que as plataformas de mídia social como o TikTok podem levar os jovens a comparar suas vidas com outras pessoas, e isso pode levar a sentimentos de inadequação e baixa autoestima; e insônia: a exposição à luz azul emitida pelos celulares pode afetar o ritmo circadiano e interferir no sono e pode levar a uma variedade de problemas de saúde mental e física.
“É válido darmos atenção a alguns sinais que demonstram que é necessário buscar apoio psicológico e que o uso dos aplicativos passou a se tornar uma dependência da tecnologia. Válido tanto para crianças e adolescentes, quanto para adultos”, afirma a profissional.
Joyce ainda indica que, caso sintam que não se têm controle sobre o quanto usa a tecnologia e não consegue parar mesmo quando quer, pode ser um sinal de que precisa de ajuda. Além disso, se o uso excessivo da tecnologia estiver causando sintomas físicos e psicológicos, como dor de cabeça, cansaço, ansiedade, depressão, irritabilidade e falta de sono também é um sinal de alerta.
“Se o uso excessivo da tecnologia estiver afetando sua vida diária, como sua rotina de trabalho, estudos, relacionamentos e saúde ou estiver interferindo na sua capacidade de participar de atividades sociais, como sair com amigos e familiares, é necessário buscar ajuda”, destaca.
Dessa forma, é importante que os pais e cuidadores incentivem o uso consciente e responsável dos telefones celulares e aplicativos pelos jovens e ofereçam orientação e suporte adequados para promover uma boa saúde mental. O suporte familiar é essencial no tratamento deste adolescente.
“Já o nosso papel no tratamento de dependência tecnológica, como psicólogos é ajudar o paciente a identificar e compreender os padrões de comportamento que levam ao uso excessivo de tecnologia e a desenvolver estratégias para lidar com esses comportamentos problemáticos e explorar questões subjetivas, como ansiedade, depressão ou isolamento social, que podem estar relacionadas ao uso excessivo de tecnologia”, esclarece Joyce.
O psicólogo irá ajudar também a estabelecer metas realistas e desenvolver habilidades para gerenciar o tempo e o uso da tecnologia, de modo que possa desfrutar dos benefícios da tecnologia sem ficar dependente dela. Os adolescentes precisam de rotinas e limites e cabe aos pais e/ou responsáveis avaliarem a qualidade do tempo reservado para eles terem acesso ao mundo virtual.
“O tratamento pode incluir terapia individual ou terapia familiar, dependendo das necessidades do indivíduo e das circunstâncias envolvidas na dependência tecnológica. O objetivo final é ajudar o indivíduo a alcançar um equilíbrio saudável entre o uso da tecnologia e outras atividades importantes da vida”, descreve a psicóloga.
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