Será que meu amigo estará na minha classe? Vou conseguir fazer novas amizades? Quem será meu professor? E se meus pais esquecerem e não me buscarem na escola? Estes são alguns dos questionamentos que crianças e adolescentes podem ter ao voltar às aulas. Depois de dias agradáveis no período de férias do verão, é normal que eles se deparem com dúvidas e receios diante do novo período que irá se iniciar e também devido ao distanciamento que terão de seus pais.
É o que diz a psicóloga Joyce Bonfante, que afirma existirem meios para que essa fase seja enfrentada com mais tranquilidade, o que envolve diretamente a postura dos pais e cuidadores. “Questões como essas são fáceis de aparecer na mente de qualquer criança ou adolescente, gerando desconforto, aumentando a adrenalina e preocupações. Quanto menor a criança, mais suporte precisará”, aponta.
Ela indica alguns cuidados que os pais podem tomar para lidar com esses cenários da melhor forma, como, por exemplo, estruturar rotinas e informar as crianças sobre os planejamentos da semana e horários. Segundo Joyce, a função da rotina contribui para diminuição da ansiedade, na organização, otimização e reserva de energia, proporcionando segurança e previsibilidade das próximas atividades.
“A instalação da rotina nem sempre é fácil, mas depois de instalada, fica muito mais leve. O psicólogo poderá auxiliar a família neste momento de estruturação”, diz. Também é indicado retomar a rotina do sono e da alimentação dias antes da volta às aulas e reforçar a importância desses hábitos.
Outra dica é incentivar os filhos a compartilharem o que eles estão sentindo, promovendo autonomia e confiança. “Converse com seu filho e diga que é normal ter preocupações neste momento, que se caso surgir algum problema ele deverá pensar nas maneiras e estratégias para resolver”, aconselha.
Joyce também destaca que os pais devem trabalhar sua própria ansiedade e cuidar da saúde mental, pois muitas vezes esses sentimentos são refletidos na vida dos filhos, trazendo consequências ruins. Além disso, é preciso procurar ajuda de um psicólogo sempre que preciso.
A profissional ainda que é preciso incentivar o vínculo da criança com a escola e com o professor, pois isso ajudará a criança a se sentir mais confortável e segura no ambiente; ajudar a criança a enumerar pontos positivos de estar na escola; e interagir sempre com o filho na volta para a casa com perguntas como “o que você aprendeu de novo hoje na escola?”, “com qual dos seus amigos você conversou mais hoje?” “qual atividade você fez hoje e que mais gostou?”.
“Sempre que sentirem necessidade, pais e filhos devem buscar orientações e auxílio do psicólogo, pois estamos à disposição para oferecer melhor qualidade de vida e saúde mental e tornar cada processo mais leve”, ressalta Joyce.
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