Programa antitabagismo atende em 5 locais e soma 45 participantes
Secretaria de Saúde realizará palestras nas salas de espera dos postinhos, nesta quarta-feira, estimulando a redução do uso dessa substância
Foto: Divulgação - Pneumologista Renato Macchione afirma que malefícios do tabaco são imediatos
Por Guilherme Gandini | 31 de maio, 2023

O Programa Municipal de Tabagismo da Secretaria de Saúde de Catanduva oferece atendimento em cinco unidades dos bairros de forma regionalizada. O objetivo é reduzir a prevalência de fumantes passivos e ativos e suas consequências em doenças, mortes, sequelas e aposentadorias precoces na população.

De acordo com a Secretaria de Saúde, esses objetivos são alcançados por meio de ações de prevenção da iniciação ao tabagismo, principalmente entre jovens; estímulo à cessação de fumar; proteção da população da exposição à fumaça ambiental do tabaco; redução dos danos individuais e sociais causados pelos produtos derivados do tabaco.

“Além das ações em unidades de saúde, o município vem se empenhando na ampliação da estratégia de abordagem e tratamento do tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS) e já conta com profissionais aptos no atendimento”, informou, em nota.

Os atendimentos a pessoas tabagistas são oferecidos na USF Dr. Sérgio Banhos (Pachá), USF Dr. Napoleão Pellicano (Alpino), UBS Enf. Diomar José dos Santos (Pq. Glória), UBS Central e USF Dra. Isabel Etruri (Flamingo). Atualmente, 45 pessoas participam dos grupos.

Para celebrar o Dia Mundial Sem Tabaco, nesta quarta-feira, 31 de maio, serão realizadas palestras nas salas de espera, promovendo informações a respeito do assunto buscando sensibilizar a comunidade e estimular a redução do uso dessa substância.

De acordo com o médico pneumologista Renato Macchione, os malefícios do tabaco podem ser imediatos, seja a partir do cigarro comum, de palha, eletrônico, narguilé, charuto, cachimbo, entre outras formas quaisquer de inalação dos mais de 200 produtos altamente nocivos que eles carregam. “A pessoa coloca o cigarro na boca,e a absorção é rápida, pode provocar taquicardia, tosse, pigarro, que são efeitos imediatos das intoxicações que geram malefícios”, expõe.

O cigarro eletrônico, por exemplo, produz uma doença imediata grave chamada evali. “É uma lesão pulmonar que causa insuficiência respiratória, pneumonia, comprometimento dos dois pulmões, muitos casos de necessidade de UTI e mortes relacionadas nos EUA.”

Em longo prazo, o tabagismo pode causar doenças cardiovasculares, infarto, AVC, amputação de pernas por necrose, câncer de pulmão, estômago, esôfago, garganta e bexiga. Ele está relacionado às doenças que mais matam no mundo: AVC, derrame cerebral, infarto agudo do miocárdio, pneumonia, enfisema pulmonar, DPOC e o câncer.

“Quando você faz parte de um grupo que é mais sensível na questão genética, abre-se essa chave e desencadeia-se esse quadro nocivo e algumas pessoas têm até associação das doenças. Pode ter DPOC, enfisema, câncer de bexiga e doença cardiovascular”, completa.

Por que é tão difícil parar de fumar?

O principal motivo dessa dificuldade é a ação da nicotina no sistema nervoso central, no mesmo local que age a cocaína. Ela libera neurotransmissores que dão prazer, relaxamento e, quando retira-se esse incentivo para o cérebro, há a síndrome de abstinência.

“A característica da dependência química é justamente a abstinência. Quando você é dependente de um produto, quando você retira você se sente muito mal. Isso pode durar algumas semanas, tem aquelas crises, aquela necessidade premente de fumar, aumenta a ansiedade, irritabilidade, todos aqueles sintomas de mal-estar”, expõe Macchione.

Mas é possível parar de fumar? Ele afirma que sim, desde que por decisão própria. “A tomada de decisão, tomada de atitude, mudar de vida, mudar os hábitos e parar de fumar. E quando a pessoa não consegue sozinha, precisa de um apoio, que pode ser principalmente cognitivo comportamental. Com uma equipe, psicólogo, orientação, discussão em grupo.”

O médico reforça que não existe um medicamento capaz de travar essa chave para anular a vontade de fumar ou causar nojo, apesar de alguma publicidade neste sentido. “Toda dependência química o grande desafio é justamente achar essa chave, mas ela tem que ser do âmbito comportamental, e não medicamentoso. O medicamento ajuda a enfrentar a abstinência, mas não a retirar totalmente a vontade. Seria o ideal, mas não existe.”

Quais as dicas para parar de fumar?

Primeiro, segundo Macchione, é preciso tomar a decisão: “Eu quero parar de fumar”. A segunda atitude é a decisão do dia: “Vou parar no dia 1º de junho”. Depois, é preciso mudar hábitos e comportamentos relacionados ao tabaco. “Se tomo café e fumo, então tira o café. Tome água, de preferência água com limão sem açúcar”, recomenda o especialista.

Ele diz que se o costume é fumar após almoçar ou jantar, deve-se escovar os dentes e buscar outras distrações. Também alerta para que não se fume dentro de casa ou do carro, onde a fumaça impregna plásticos, tecidos e estofados. “Quem entra acaba fumando junto”, diz.

Para completar, é preciso iniciar uma atividade física, como uma caminhada de 20 minutos pela manhã, ter autocontrole da ansiedade e, caso não consiga, procurar ajuda profissional. “Temos médicos, enfermeiros, psicólogos que podem dar esse apoio para enfrentar a abstinência.”

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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