Infecções respiratórias fazem parte da rotina das pessoas há muito tempo. No entanto, elas foram as principais responsáveis pelas últimas epidemias e pandemias que marcaram o século XX e XXI, entre elas a da covid-19, doença que causou mais de 5,5 milhões de mortes ao redor do mundo nos últimos dois anos, podendo ter levado a três vezes mais mortes do que o contabilizado segundo estudo publicado na revista científica The Lancet.
Diante deste cenário, profissionais da saúde alertam para a importância de se redobrar os cuidados com doenças respiratórias na pós-pandemia. Para o médico e professor doutor José Victor Maniglia, otorrinolaringologista e diretor-administrativo do HIORP - Hospital de Otorrino e Especialidades, de São José do Rio Preto, as pessoas precisam dar mais atenção para a prevenção e para o diagnóstico precoce aos primeiros sintomas de infecções respiratórias, cuja maior incidência de casos se dá no inverno.
“As infecções respiratórias são as doenças mais frequentes no inverno, sendo causadas por diferentes tipos de vírus. São doenças que se manifestam das mais variadas formas, com sintomas comuns entre elas. Por isso, é importante se prevenir evitando aglomerações ou, quando isso não for possível, fazendo uso de máscara e álcool gel para higienização das mãos. As vacinas também são fundamentais na prevenção”, comenta Maniglia. “Além disso, é importante buscar o médico na ocorrência dos primeiros sintomas, para que o diagnóstico preciso indique o tratamento mais adequado”, acrescenta.
Entre os principais sintomas relacionados às doenças das vias aéreas, o diretor do HIORP cita dor de garganta, tosse, obstrução e secreção nasal, mal estar, dor de cabeça e febre. No entanto, esses sintomas são comuns em diferentes tipos de infecções, seja pelo vírus da gripe ou da covid-19. Daí a importância de procurar um médico para poder identificar qual o tipo de infecção provoca tais sintomas no paciente. “Os processos inflamatórios das infecções virais podem evoluir para viroses ou infecções bacterianas, que são causadas por bactérias graves e vão exigir tratamento com antibiótico ou até mesmo internação hospitalar”, explica.
O médico ressalta que quanto mais grave a doença respiratória maior é o comprometimento pulmonar do paciente, que, em casos extremos, precisará de tratamento com internação em UTI e intubação para respirar. “Os casos mais leves podem ser facilmente tratados em casa, com antibiótico, antitérmico, analségico ou corticoide. Mas quando há um grande comprometimento dos pulmões a internação pode ser necessária. Por isso, é importante fazer o diagnóstico precoce, logo nos primeiros sintomas.”
IMUNIZAÇÃO
O diretor do HIORP destaca que a vacina é a grande aliada da prevenção de doenças respiratórias na pós-pandemia, seja para gripe ou covid-19. “As vacinas são fundamentais para a proteção do organismo, sendo sua eficácia comprovada cientificamente. Mesmo quando a pessoa imunizada é acometida pela doença, sua manifestação se dá de forma mais simples, excluindo a possibilidade de ocorrer um quadro com graves sintomas”, sinaliza Maniglia.
Além disso, ele destaca que a covid-19 provoca muitas complicações e ainda deixa sequelas no paciente que afetarão as defesas de seu organismo para outros tipos de doenças. “Acho que a pandemia deixou como lição a importância com os cuidados de higiene e de prevenção. São cuidados que precisam fazer parte da rotina das pessoas, assim como a procura pelo médico na ocorrência de algum sintoma”, finaliza.
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