Polícia Civil prende líder de quadrilha que movimentou R$ 13 milhões
Foto: Divulgação/Polícia Civil - Peças automotivas negociadas eram provenientes de roubo de caminhão em SP
Responsável por esquema de receptação e lavagem de dinheiro foi surpreendido negociando carga roubada
Por Da Reportagem Local | 14 de outubro, 2025

A Polícia Civil concluiu as investigações da Operação Elo Quebrado e obteve novo decreto de prisão preventiva contra o líder de organização criminosa especializada em receptação de veículos e lavagem de dinheiro que atuava na região de Barretos. O investigado, homem de 40 anos, foi preso em flagrante na semana passada, em Catanduva, enquanto negociava a venda de componentes automotivos provenientes de roubo praticado na capital paulista.

O investigado, que havia conseguido judicialmente o direito de responder ao processo em liberdade, foi surpreendido pelos policiais civis no momento em que se dirigia a uma empresa de Catanduva para receber o pagamento pela venda de carga, no total de R$ 35 mil.

Segundo apurado, os componentes de embreagem e tambores de resina eram provenientes do roubo de caminhão ocorrido em 19 de agosto, na capital, crime praticado por pelo menos cinco indivíduos fortemente armados com fuzis em prejuízo de uma empresa de autopeças.

De acordo com a DIG de Catanduva, naquela ocasião o motorista foi abordado na av. dos Bandeirantes, Vila Olímpia, e obrigado a entrar em um furgão. Os criminosos restringiram sua liberdade por cerca de 4 horas, mantendo-o encapuzado em um colchão, sendo depois liberado na Marginal do Tietê. O caminhão e a carga seguiam de Araçariguama/SP para Florianópolis/SC.

“Após investigações, a DIG de Catanduva identificou e prendeu em flagrante E.L.M. pelo crime de receptação qualificada. A carga recuperada foi apreendida e devolvida à empresa vítima. O preso foi encaminhado à Cadeia Pública local e a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva na audiência de custódia”, relata o delegado Hélvio Roberto Bolzani.

ELO QUEBRADO

A prisão feita em Catanduva representa desdobramento significativo das investigações iniciadas em abril de 2023 pela DIG de Barretos, que culminaram na deflagração da Operação Elo Quebrado em junho deste ano. O trabalho teve início quando operação policial de combate a furtos e roubos de veículos levou à descoberta de desmanche clandestino em área rural da Rodovia Assis Chateaubriand, onde funcionava o estabelecimento comandado pelo investigado.

Na ocasião, foram encontrados diversos chassis de caminhão com numerações suprimidas, cabines com plaquetas identificadoras arrancadas, vidros com sinais removidos por abrasão e grande quantidade de peças automotivas produto de crime, incluindo cargas de ração e cera provenientes de roubos registrados em diferentes regiões do Estado.

As investigações revelaram sofisticada estrutura criminosa organizada em núcleos específicos, tendo o investigado de 40 anos como líder responsável pelo comando operacional do desmanche clandestino. A quadrilha contava ainda com sua esposa de 35 anos atuando como operadora jurídica que emprestava nome para empresas fictícias, além de braço financeiro especializado em lavagem de dinheiro operado por outras três pessoas, incluindo mulher de 61 anos, homem de 39 anos e sua companheira de 37 anos.

LAVAGEM

A análise técnica realizada pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil identificou movimentação financeira total de aproximadamente R$ 13,9 milhões entre os investigados no período de 2018 a 2023. O relatório apontou que cerca de R$ 11,5 milhões não possuíam origem declarada, caracterizando sofisticado esquema de ocultação patrimonial.

Foram identificadas diversas técnicas típicas de lavagem de dinheiro, incluindo operações incompatíveis com a capacidade econômica dos investigados, depósitos em espécie sem identificação da origem, utilização de pessoas interpostas para ocultar patrimônio, inconsistências graves nas declarações à Receita Federal e fragmentação de valores.

Em junho, a Operação Elo Quebrado resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e diversos de busca e apreensão. Os cinco investigados foram indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa armada e lavagem de dinheiro. O líder da organização responde ainda por dois crimes de receptação qualificada que motivaram a prisão em flagrante.

Por determinação judicial, mantém-se o bloqueio de bens, direitos e valores no montante de mais de R$ 11 milhões, correspondente ao patrimônio estimado sem origem declarada. O investigado está, atualmente, recolhido em estabelecimento prisional à disposição da Justiça.

Os crimes de organização criminosa armada e lavagem de dinheiro, somados às receptações qualificadas, podem resultar em mais de 20 anos de reclusão. “A operação representa importante avanço no combate ao crime organizado na região, tendo desarticulado esquema sofisticado que atuava há anos no ramo da receptação e lavagem de dinheiro”, ressalta a polícia.

Autor

Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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