O número de fumantes no Brasil diminuiu pela metade nos últimos 30 anos. Hoje, mais de 90% da população brasileira se declara não-fumante, segundo dados do Ministério da Saúde. O vício, no entanto, ainda atinge milhões de brasileiros, sobretudo jovens, ressalta o médico pneumologista Egberto Palmegiani Junior, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares - IMC, de Rio Preto.
Esta realidade justifica a importância do Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado nesta segunda-feira, dia 29 de agosto, com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre os males do tabaco não só à saúde das pessoas, mas também com impactos sociais, econômicos e ambientais. Entre os brasileiros com mais de 18 anos, 9% são fumantes, segundo a pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).
Entre os jovens, preocupa a grande adesão aos cigarros eletrônicos. Um em cada cinco jovens faz uso desses dispositivos de acordo com levantamento nacional realizado pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com apoio da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
O pneumologista ressalta que, para abandonar o vício, os fumantes precisam de apoio de familiares, amigos e tratamento específico. “No IMC, o atendimento ao fumante envolve pneumologista, cardiologista e equipe multidisciplinar, formada por: psicólogos, nutricionistas entre outros especialistas. É um tratamento complexo, mas que, se bem conduzido e principalmente com o empenho do paciente, tem grande chance de sucesso”, afirma.
Quanto antes o fumante consultar-se com o especialista, melhor a evolução e menores os danos causados pela exposição ao tabaco. Dentre os males causados, destacam-se: bronquite crônica, enfisema pulmonar (DPOC), problemas cardíacos (IAM), circulatórios (derrame cerebral), infertilidade masculina, impotência sexual, entre outros, mas principalmente, fumar pode culminar em câncer de pulmão, um dos tipos de tumor que mais mata no Brasil.
O pneumologista do IMC ainda ressalta que não é apenas o fumante que corre risco de adoecer devido ao cigarro, mas também o fumante passivo, ou seja, a pessoa que se expõe constantemente à fumaça do cigarro do indivíduo fumante.
Existem diversos tratamentos para o tabagismo, que vêm se mostrando muito úteis no auxílio ao fumante no processo de abandono do vicio, e que podem ser adotados de forma separada ou combinada, de caso a caso.
Segundo o especialista, os tratamentos incluem medicamentos de ação no sistema nervoso, que atuam sobre a vontade de fumar; terapia de reposição nicotínica (TRN), através de adesivos transdérmicos de nicotina, gomas de mascar, adesivos, spray nasal e aerossóis; e terapia cognitivo-comportamental, com foco na cessação do tabagismo.
“Em paralelo ao tratamento, é muito importante que o paciente adote hábitos de vida saudáveis, envolvendo prática de atividades físicas e alimentação saudável, ressalta o médico.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam que o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil, a estimativa é que aproximadamente 200 mil pessoas morram todos os anos em decorrência do fumo. No mundo, são 5 milhões de pessoas.
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