Pediatra alerta: "Pais e cuidadores devem ficar atentos aos sintomas e sinais de hepatite"
Ministério da Saúde monitora 28 casos suspeitos em todo o país de um tipo de hepatite aguda infantil de origem desconhecida
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Pediatra Katia Silva Carvalho fala sobre sintomas, tratamento e como proteger as crianças
Por Myllayne Lima | 15 de maio, 2022
Os casos de hepatite aguda infantil tem se alastrado pelo Brasil. O número de casos suspeitos de hepatite aguda subiu para 15 no estado de São Paulo na sexta-feira, 13, de acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica do governo estadual. O Ministério da Saúde monitora 28 casos suspeitos em todo o país de um tipo de hepatite aguda infantil de origem desconhecida.  

“A hepatite é qualquer inflamação do fígado por diversas causas, sendo as mais frequentes as infecções pelos vírus tipo A, B, C, D, E e bactérias, medicamentos, bebidas alcoólicas. Atualmente um tipo de hepatite aguda de origem desconhecida está acometendo crianças em ao menos 20 nações conforme informações da OMS, não tendo relação direta com os vírus conhecidos da hepatite, e 10% dos casos exigiu transplante de fígado. A idade dos pacientes varia de um mês a 16 anos”, explica a pediatra Katia Silva Carvalho. 

A médica pontua os sintomas e fala sobre o tratamento. “Os sintomas de modo geral, podemos destacar: sintomas gastrointestinais, dor abdominal, diarreia, icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), náuseas, vômitos, mal estar, alteração da cor das fezes (esbranquiçada), urina mais escura, aumento dos níveis de enzimas hepáticas (aspartato transaminase (AST) ou alanina amino transaminase (ALT). O tratamento da hepatite é de suporte, buscar aliviar os sintomas, manejar e estabilizar o paciente.” 

A pediatra explica o motivo do surto de hepatite em crianças ser considerado incomum. “Em pelo menos 74 casos de crianças com hepatite aguda grave foi detectado infecção por adenovírus, em 18 casos foi detectado através de testes moleculares identificaram a presença do adenovírus F tipo 41, e a ligação entre os dois está em investigação pela Organização mundial de Saúde (OMS). No entanto, como não é comum hepatite após infecção por adenovírus em crianças previamente saudáveis, a probabilidade é baixa, por isso essa associação e outras causas possíveis estão em investigação.” 

Katia orienta os pais a protegerem seus filhos. “Pais e cuidadores devem ficar atentos aos sintomas e sinais de hepatite, estejam em dia com as vacinas conforme Programa Nacional de imunizações (PNI) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Continuar com ações preventivas diárias recomendadas, incluindo lavar as mãos com frequência, evitar pessoas doentes, medidas de higiene.” 

A especialista destacando, ainda, medidas para evitar a propagação da doença. “No momento está sendo realizada investigação do mecanismo e fatores de transmissão da hepatite aguda grave, fulminante, que está afetando crianças menores, não temos estratégia de prevenção. Porém foi identificado o adenovírus em algumas crianças. Os adenovírus são comumente transmitidos pela via respiratória, a maneira mais eficaz de minimizar a propagação é praticar uma boa higiene respiratória e das mãos, supervisionar as crianças menores. No momento a recomendação aos pais é manterem-se informados e notificarem os casos.” 

 

Autor

Myllayne Lima
Repórter de O Regional.

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