Paciente critica médico da UPA e cogita adulteração de receita
Família suspeita que receita tenha sido alterada, após reclamação, pra incluir pedido de Raio-X
Foto: O REGIONAL - UPA de Catanduva, gerida pela Associação Mahatma Gandhi, volta a ser alvo de denúncias
Por Guilherme Gandini | 26 de maio, 2022

Foram 3 horas de espera para conseguir uma consulta de apenas 4 minutos, sem exame físico e cujo resultado foi uma lista de remédios básicos, sem qualquer diagnóstico. Esse é o resumo do atendimento experimentado por Tânia Mara Lachi, 60 anos, na UPA de Catanduva, na segunda-feira, 23, após chegar com pressão 9 por 6, dores na cabeça e nas costas e peito carregado.  

A dona de casa permaneceu na sala de espera das 8h às 11h até ser chamada pelo médico. Conforme o relato, ele ficou sentado, não fez ausculta pulmonar, tampouco pediu exames. “Temíamos que pudesse ser pneumonia ou Covid, por conta das dores nas costas, falta de ar. Ele não solicitou nenhum exame, não levantou da cadeira, mas receitou um monte de remédio”.  

Orientada pela filha, que a acompanhava, a idosa preferiu não retirar os medicamentos na farmácia da UPA, pois estava decidida a buscar por outro atendimento e formalizar denúncia sobre o descaso. “Decidimos não arriscar, afinal, ele não deu qualquer diagnóstico”, lamenta. 

A reclamação foi registrada na Ouvidoria da Prefeitura, dando início a nova etapa do problema. “Eles responderam que a receita pedia o raio-x”, relata, indignada. A suspeita da família é que o documento tenha sido alterado, já que na versão original não havia o pedido de exame.   

Pelo relato exposto pela gerência da UPA no sistema de Ouvidoria, ao qual O Regional teve acesso, no prontuário da paciente consta “exame físico completo, solicitação de Raio-X e medicações injetáveis na unidade”. O documento indica, ainda, que a “acompanhante recusa realização de Raio-X e se evade da unidade”. Os fatos são negados por mãe e filha.  

Na troca de mensagens entre reclamante e ouvidora, a negativa também é registrada. A cópia da receita, que permaneceu na UPA na ocasião dos fatos, a paciente foi orientada a solicitar in loco na Central de Atendimento da Prefeitura.

Segundo ela, a denúncia sobre os fatos também foi formalizada pela família junto ao Conselho Regional de Medicina, o CRM-SP. 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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