Otorrino explica como é feito o procedimento para correção da ‘língua presa’
Quadro se caracteriza pelo fato de a criança não conseguir tirar a ponta da língua da arcada dentária inferior
Foto: Arquivo Pessoal - Waleska Facchin, mãe de Noah, cogitou que filho tivesse a ‘língua presa’;Foto2: Fernanda Albano - Waldecir Veni Sacchetin afirma que o processo e o pós-operatório são indolores
Por Stella Vicente | 30 de julho, 2023

A anquiloglossia, popularmente conhecida como língua presa, se caracteriza pelo fato de a criança não conseguir tirar a ponta da língua da arcada dentária inferior. Isso pode ocasionar a dificuldade na sucção do leite materno, tanto no peito quanto na mamadeira.

Por esse motivo, o otorrinolaringologista Waldecir Veni Sacchetin afirma que a língua presa é um dos exames obrigatórios em um berçário de maternidade. “Outro também relacionado ao otorrino é o teste da orelhinha, onde é testada a audição”, complementa.

Para corrigir a língua presa, é feito um procedimento cirúrgico ambulatorial, considerado muito simples. “A anestesia nessas ocasiões é feita usando um anestésico tópico, ou seja, local. Colocamos o medicamento em um pequeno algodão e depositamos no freio lingual. Em poucos minutos a língua está completamente anestesiada e fazemos um corte com uma tesoura. É indolor nessas condições e não sangra”, esclarece.

Ele ainda indica que, se a criança tem mais de dois anos é necessária sedação, visto que é mais difícil de se ter controle sobre ela. “O pós-operatório não impedirá as mamadas e também é completamente sem dor ou qualquer dificuldade para a criança que foi operada”, relata o médico.

EXPERIÊNCIA PESSOAL

Waleska Facchin, mãe de Noah, conta que após observar alguns comportamentos de seu filho chegou a acreditar que ele teria a “língua presa”. Ainda que o diagnóstico final tenha sido negativo para esse quadro, ela conta que precisou da opinião de vários profissionais para chegar à conclusão.

“No dia que o Noah nasceu, ele foi avaliado ainda no hospital pela pediatra e não foi detectada nenhuma alteração no frênulo lingual. Ele mamou na primeira hora de vida, por bastante tempo e com uma boa sucção. Porém, depois de algumas horas ficou difícil dele pegar, ele dormia muito e não pegava o peito por nada, mesmo sendo bastante estimulado”, relata.

Os problemas começaram quando o bebê mordia o peito de Waleska durante as mamadas. Por isso, a consultora de amamentação que a acompanhava sugeriu que procurassem uma fonoaudióloga, para que fosse avaliada possível disfunção oral.

“Procuramos a fonoaudióloga quando ele tinha uns dez dias de vida e ela fez uma avaliação bem completa. Fez uma liberação dos músculos da face dele através de massagens e detectou um frênulo lingual curto, que eles chamam de submucoso, quando está por baixo da mucosa e é difícil de ver. Na opinião dela, o caso dele era cirúrgico”, conta Waleska.

Porém, apesar das dificuldades que enfrentava na amamentação, Noah estava bem, saudável e ganhando peso. Waleska conta que por ser mãe de primeira viagem, não sabia o que era normal ou não na hora de amamentar.

“Tive muitas dúvidas e resolvi buscar uma segunda opinião. Conversei com uma amiga dentista, levei o Noah em outra fonoaudióloga e por fim consultei um otorrino e todos descartaram o frênulo curto. Fui falando com eles sobre as dificuldades que sentia na hora de amamentar e todos disseram que era normal e que no começo todas as mães sentem o que eu sentia”, afirma Waleska.

A mãe de Noah destaca que, caso fosse necessário, teria feito a cirurgia, mas que foi muito importante buscar novas opiniões. “Foi importante também escutar pessoas mais experientes que já tinham amamentado e sentiram as mesmas coisas que eu.”

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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