Nutricionista orienta alimentação de pacientes em tratamento contra o câncer
Bianca Espejo Stanquevis é pós-graduanda em Nutrição Oncológica e afirma que a quimio e radioterapia interferem na ingestão alimentar
Crédito: Divulgação - Durante o tratamento deve-se evitar alguns produtos, como os industrializados
Por Stella Vicente | 01 de novembro, 2023

A nutricionista Bianca Espejo Stanquevis, que é pós-graduanda em Nutrição Oncológica, faz um alerta para a alimentação de pacientes em tratamento contra o câncer. Ela afirma que a quimioterapia e a radioterapia interferem na ingestão alimentar e, consequentemente, causam impacto no estado emocional do indivíduo.

O câncer em si engloba de um conjunto de mais de 100 doenças, caracterizadas pelo crescimento desordenado de células, formando uma massa tumoral que invade tecidos e órgãos, podendo causar graves consequências ao hospedeiro. Como tratamento, há a abordagem cirúrgica, quimioterapia e radioterapia, podendo elas serem concomitantes ou não, com proposta curativa ou paliativa (para controle de dores e sintomas).

Bianca explica que a quimioterapia é um tratamento sistêmico que utiliza de fármacos combinados (os medicamentos quimioterápicos) e pode causar uma série de efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia, mucosite (aftas na região oral), inapetência alimentar (perda de apetite), entre outras; e a radioterapia, dependendo da localização do tumor, como de cabeça e pescoço e no trato gastrointestinal, pode levar a sintomas agudos como xerostomia (boca seca), odinofagia (dor ao engolir), disgeusia (alteração do paladar), entre outros.

“Vemos que estes tratamentos interferem na ingestão alimentar, causando impacto no estado nutricional do paciente e sabemos que o estado nutricional adequado é essencial para uma melhor resposta ao tratamento. Dessa forma, o paciente oncológico na maioria das vezes está em risco nutricional”, pontua a profissional.

Ela destaca que a orientação nutricional deve ser individualizada, orientada pelo nutricionista dentro da rotina de cada paciente, de forma a amenizar os sintomas e melhorar a qualidade da alimentação.

“Muitas vezes isso é feito com aumento na oferta de determinados nutrientes. Muitas vezes chegam até mim pacientes com crenças que são disseminadas no boca a boca, com medo de comer determinado alimento ou ainda comendo alimentos que não devem e que podem levar à uma toxicidade. Por isso é importante o acompanhamento nutricional”, diz.

As orientações são de que a alimentação do paciente oncológico deve conter todos os grupos alimentares, como carboidratos, proteínas, frutas variadas, assim como legumes e verduras também variados. Os alimentos devem ser higienizados corretamente, devendo ser feita a solução de água clorada, com hipoclorito de sódio. Também é importante a oferta adequada de água e líquidos em geral, como água de coco, chás e sucos naturais.

Deve-se evitar alimentos industrializados e processados, como refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, temperos prontos, embutidos e carnes processadas, como salsicha, presunto, mortadela e fast-foods.

“É importante avaliar cada caso, de acordo com o estado nutricional do paciente, se há sintomas associados ao trato gastrointestinal e a ingestão alimentar. Dessa forma, a conduta pode conter alimentos chaves para amenizar sintomas específicos que o tratamento pode causar.

Já como prevenção, tanto antes quanto depois do diagnóstico, Bianca indica adotar hábitos para manter o corpo saudável, tendo uma alimentação de forma mais natural, com base em alimentos de origem vegetal; ser fisicamente ativo, dentro da rotina, com práticas regulares de atividade física.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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