Número de doadores de órgãos cresce 10% em SP este ano
Em Catanduva, hospitais mantidos pela Fundação Padre Albino fizeram nove captações de múltiplos órgãos, mais 59 córneas
Foto: Divulgação/HB - Conscientização das pessoas também cresceu no último ano, pois as recusas caíram
Por Da Reportagem Local | 06 de setembro, 2023

Com Agência Brasil 

O número de doadores de órgãos aumentou em mais de 10% este ano, em São Paulo, na comparação com o ano passado. Segundo dados da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do estado, apresentados na sexta-feira, dia 1º de setembro, do início de janeiro até o dia 30 de agosto foram quase 700 doadores, contra 631, no mesmo período de 2022.

O motivo, segundo a pasta, é atribuído à campanha de incentivo às doações, impulsionada por casos de grande repercussão na mídia, como o do apresentador Fausto Silva. Ele estava internado desde o início de agosto, com quadro de insuficiência cardíaca, e recebeu um coração novo no último domingo, dia 27.

Na semana passada, entre 20 e 26 de agosto, houve 28 novos doadores de coração, um aumento de quase 90% em relação aos 15 doadores registrados na mesma semana de 2022. O número de transplantes de coração também aumentou. No primeiro semestre deste ano, a quantidade de procedimentos foi superior à dos cinco anos anteriores.

E não é apenas o transplante de coração que cresceu. Somando os transplantes de fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas, foram realizados 5.077 procedimentos no estado de São Paulo no primeiro semestre de 2023, um aumento de 10,5% em relação ao ano passado.

CATANDUVA

Nos hospitais Padre Albino e Emílio Carlos foram registrados nove protocolos com captação de múltiplos órgãos de janeiro ao início de setembro, em que foram doados 2 corações, 1 coração para valvas cardíacas, 2 pulmões, 6 fígados, 8 rins, 8 córneas, 1 pâncreas e 1 doação de ossos. Somam-se, ainda, 59 doações específicas de córneas nos dois hospitais, no mesmo período.

AUTORIZAÇÃO

A doação de órgãos deve ser feita com a concordância de cada pessoa, e quem quiser ser doador não precisa mais incluir a informação nos documentos de RG ou CNH – basta comunicar a família sobre esse desejo. No caso dos falecidos, a autorização para doação deve ser dada por familiares com até o 2º grau de parentesco.

A conscientização das pessoas também cresceu no último ano, pois as recusas de autorização da doação por parte das famílias caíram de 41% para 38% em São Paulo. A Central de Transplantes paulista orienta que as famílias conversem sobre o desejo de ser ou não doador de órgãos, pois isso facilita a tomada de decisão.

Lembrando que a doação entre vivos, como acontece em transplantes de rim, por exemplo, só é possível se o doador não estiver com problemas de saúde.

HB transplanta 22 rins no mês de agosto, maior número em 30 anos

O Hospital de Base (HB), de São José do Rio Preto, atingiu o recorde em transplantes de rins em um único mês, com 22 procedimentos em agosto. O número é o maior dos últimos 30 anos. Ao todo, o HB realizou 1.912 transplantes do tipo desde a criação do setor, em 1992. Esses números reafirmam a posição do HB como um dos 15 maiores centros de transplantes renais do Brasil.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Brasil é o quarto país em número absoluto de transplantes renais, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. Em 2021, o Brasil realizou 4.777 transplantes de rim. Apesar de bons números, a ABTO afirma que seriam necessários 12.609 órgãos em todo o país para atender toda a demanda.

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Da Reportagem Local
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