No Dia de Combate ao AVC, especialistas alertam para fatores de risco
Médicos cardiologistas Rodrigo Sestito e Fábia Guidotti explicam características da doença e recomendam hábitos saudáveis
Fotos: FERNANDA ALBANO - Fábia Guidotti recomenda melhoria na alimentação, exercícios e atenção à saúde/Rodrigo Sestito elenca fatores que aumentam o risco de o paciente sofrer um AVC
Por Guilherme Gandini | 29 de outubro, 2022

O Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado anualmente em 29 de outubro, é um alerta sobre o risco, as formas de prevenção e tratamentos, e também busca engajar os profissionais de saúde na orientação sobre os cuidados com a doença.

O Acidente Vascular Cerebral é o resultado da falha de perfusão em uma parte do cérebro em decorrência de oclusão ou rompimento de um vaso sanguíneo. É uma doença que acomete mais homens e uma das principais causas de internação e morte em todo o mundo.

“Pode ocasionar sequelas permanentes, que debilitam o indivíduo, cursando com alterações na fala, marcha, sensibilidade, cognição, personalidade, em diferentes proporções e intensidade, desde sinais que passam desapercebidos até um estado de coma permanente”, diz o médico cardiologista Rodrigo Serpa Sestito.

Os AVCs são basicamente de dois tipos. De 80 a 85% das vezes, ocorre o isquêmico, onde a obstrução de uma determinada artéria impede o fluxo sanguíneo cerebral e com isso há um prejuízo na oferta de oxigênio e glicose para os neurônios, comprometendo seu funcionamento até a morte e necrose das células daquela região.

Já o AVC hemorrágico, com incidência de 15 a 20% dos casos, é ocasionado por rompimento de um vaso sanguíneo cerebral e extravasamento de sangue para o espaço entre o cérebro e as meninges ou dentro do tecido cerebral, podendo levar à morte com mais frequência. Segundo Sestito, tanto os sintomas quanto a letalidade dos AVCS isquêmico e hemorrágico dependem da localização e da intensidade do fenômeno.

“Os sintomas variam de sensação de formigamento em face, braços, pernas, geralmente em um lado do corpo, acompanhado de perda de força muscular, o que ocasiona alterações no andar, coordenação e equilíbrio. Também podem cursar com confusão mental, alterações na fala, visão, tontura e cefaléia intensa e súbita”, detalha o especialista.

Ele alerta, em especial, aos diversos fatores que aumentam o risco de o paciente sofrer um AVC hemorrágico ou isquêmico. “Os principais fatores são Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Melitus, colesterol elevado, sobrepeso e obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas ilícitas, histórico familiar.”

Particularmente, o AVC hemorrágico pode ser ocasionado pela ruptura de um aneurisma. No entanto, outros fatores como doenças na coagulação do sangue, ferimentos na cabeça e até uso de medicações são fatores possíveis. O AVC isquêmico em 80% das vezes é provocado pela formação de placas nos vasos sanguíneos (aterosclerose), mas também há o AVC isquêmico cardioembólico, ocorrido pela formação de trombos formados no coração.

“De qualquer forma, os danos causados por AVC de qualquer tipo podem ser irreversíveis, altamente debilitantes e fatais. Prevenção e controle de doenças que o predispõe são medidas essenciais e precisam ser periódicas”, reforça Sestito.

‘Primeiro passo para a prevenção é optar por uma vida saudável’

Por se tratar de uma doença grave por vezes incapacitante e em alguns casos até mesmo fatal, as medidas de prevenção são essenciais para evitar que ele aconteça. “O primeiro passo para a prevenção é optar por uma vida saudável”, resume a médica cardiologista Fábia Guidotti.

Segundo ela, a alimentação rica em fibras, com vegetais, verduras legumes e frutas, auxilia no trânsito intestinal e reduz a absorção de nutrientes danosos, como gorduras insaturadas (mesmo de origem animal) e gorduras trans, aquelas encontradas nos alimentos preparados como sorvetes, comidas congeladas, batatas chips, embutidos, entre outros processados.

Associado à melhora da alimentação, o controle da pressão arterial com consumo de quantidades menores de sódio é outro ponto importante. “Outro cuidado é o controle do colesterol tanto na sua forma LDL (colesterol ruim) quanto na sua forma triglicerídes já que ambos são classificados como gorduras aterogênicas, ou seja aquele tipo de gordura que se aloja nas veias e artérias provocando sua obstrução e contribuindo para a ocorrência do AVC”, diz.

Fábia frisa que mudanças nos hábitos de vida podem ajudar muito, o que inclui a prática de atividade física regular, idealmente por no mínimo 90 minutos semanais. “Outros pontos de extrema importância são o excesso de peso, principalmente aquele localizado na região abdominal que faz parte daquele grupo de gordura aterogênica, e a cessação do tabagismo.”

Ela lembra, ainda, que algumas doenças como hipertensão e diabetes aumentam o risco de uma pessoa sofrer AVC, então esses grupos em especial precisam de atenção redobrada com a saúde.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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