Hoje, dia 30 de agosto, é celebrado o Dia Nacional da Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla. Conhecida também por sua sigla, EM, a esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune. Ela compromete a função do sistema nervoso ao atingir diversas funções relacionadas à transmissão de informações dos neurônios para o resto do corpo, gerando diversos sintomas.
O neurologista Antonio Stefano Brunetti Nascimben, cooperado da Unimed Catanduva, explica que por motivos genéticos e/ou ambientais, na esclerose múltipla o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina, uma capa que envolve todos os axônios, dos neurônios e é isso compromete a função do sistema nervoso.
“A característica mais importante da esclerose múltipla é a imprevisibilidade dos surtos. Alguns locais no sistema nervoso podem ser alvo preferencial da desmielinização, característica da doença, o que explica os sintomas mais frequentes. É o caso do cérebro, do tronco cerebral, dos nervos ópticos e da medula espinhal. Em geral, a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, e provoca dificuldades motoras e sensitivas”, diz o médico.
Dentre os sintomas mais comuns estão a baixa de acuidade visual com dor retro orbitária, visão dupla, vertigem, dormência, formigamento, incoordenação, fraqueza de membros, dificuldade para caminhar.
“Acredita-se que a esclerose múltipla é causada por uma combinação de fatores, incluindo predisposição genética, com alguns genes que regulam o sistema imunológico já identificados, e fatores ambientais, tais como infecções virais, deficiência de vitamina D, tabagismo e obesidade”, cita Antonio.
Segundo o especialista, para se fazer o diagnóstico da EM são utilizadas informações clínico-epidemiológicas, como sintomas, e exames de imagem, associados à análise do líquor com a pesquisa de marcadores específicos. A Ressonância Magnética de crânio e coluna (medula espinhal) é a principal ferramenta para o diagnóstico de doenças deste tipo.
“Os tratamentos medicamentosos disponíveis buscam diminuir a atividade inflamatória da doença e os surtos, contribuindo para reduzir a incapacidade durante a vida do paciente.
Para o tratamento dos surtos, utiliza-se a pulsoterapia com corticoides, por um período de três a cinco dias”, esclarece o neurologista. Ele ainda ressalta que, além do tratamento com medicamentos específicos, o estilo de vida saudável auxilia neste processo de melhora clínica.
“Uma alimentação balanceada e sem alimentos ultraprocessados, evitar consumo de tabaco, redução de obesidade abdominal, atividade física regular, manter uma boa rotina de sono e níveis fisiológicos de vitamina D, seja através de consumo de vitaminas ou banho de sol periódicos”, indica.
Autor