Morre um homem a cada 38 minutos por câncer de próstata no Brasil
Dados do INCA estimam mais de 70 mil casos da doença no triênio de 2023 a 2025; diagnóstico precoce é maior recomendação
Foto: Divulgação - Médico Tiago Bovo diz que falta de sintomas dificulta diagnóstico precoce
Por Da Reportagem Local | 07 de novembro, 2024

Idealizado para a conscientização do câncer próstata e da saúde do homem, o novembro azul chega com um importante alerta: a cada 38 minutos, um homem morre no Brasil devido a doença. O tumor é considerado o mais prevalente no homem depois do câncer de pele, tornando a mortalidade um problema de saúde pública.

O urologista e especialista em cirurgia robótica do Grupo São Lucas, Tiago Bovo, explica que entre as dificuldades para diagnóstico estão a falta de sintomas da doença e a não existência de uma prevenção.

“se o paciente aguardar sintomas para procurar o diagnóstico, será muito tarde. O primeiro sintoma, em geral, é a dor óssea decorrente de metástases, momento em que não há mais possibilidade de cura. Tumores localizados e até tumores localmente avançados, em geral, não apresentam sintomas de nenhuma natureza, nem mesmo diminuição do fluxo urinário, o que valoriza ainda mais a causa do novembro azul ao alertar as pessoas para a procura do médico urologista com frequência mínima anual”, comenta.

Com isso, exames de sangue como o Antígeno Prostático Específico (PSA) e a ressonância magnética multiparamétrica de próstata tem papel especial na detecção precoce do câncer de próstata, substituindo com muitas vantagens o exame de toque que, apesar de ser simples e barato, tem eficácia relativamente baixa.

A classificação do tumor se dá em dois aspectos. O primeiro é o grau de agressividade, conhecido como Gleason score. Nesse parâmetro, quanto mais alto o nível do tumor, mais agressivo. Um tumor considerado agressivo precisa estar classificado acima do nível 8. Outro aspecto é o nível de gravidade através do grau de estadiamento que é o volume tumoral. Níveis T1 e T2 designam tumores confinados à próstata. Já o T3 é o tumor que começa a sair da próstata. Por fim, o T4 designa aquele que saiu muito da próstata.

“Sabemos que cada vez mais temos alguns marcadores mais interessantes, como os marcadores genéticos que a gente sabe que pelo menos 16% da população tem algumas mutações genéticas que propiciam o aparecimento de câncer de próstata. Então nós temos alguns marcadores como BRCA2, BRCA1 entre outros que são muito importantes e estão relacionados com o aumento de câncer de próstata familiar no sentido genético da história”, acrescenta.

O tratamento consiste em intervenções cirúrgicas para tumores localizados. Em Ribeirão Preto, o Hospital São Lucas se tornou pioneiro ao realizar a remoção da próstata, dos gânglios linfáticos da pelve linfadenectomia estendida através da cirurgia robótica, trazendo precisão com um processo minimamente invasivo. Nos casos de metástase óssea, a indicação é tratamento hormonal com antiandrógenos.

“O diagnóstico precoce só é bem-feito com urologistas de alto gabarito no tratamento de câncer de próstata. Então são cirurgiões e urologistas experientes na causa que vão poder orientar esse paciente que precisa procurar alguém familiarizado com o diagnóstico e tratamento da doença.

Acho que essa é a grande mensagem e sem dúvida nenhuma reforçar o acompanhamento com uma regularidade mínima de uma vez a cada 12 meses”, conclui.

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Da Reportagem Local
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