Médico recomenda atenção à coqueluche após primeira morte na região
Pedro Macchione afirma que vacinação é melhor forma de prevenir a doença e que tosse por longo tempo deve ser avaliada
Foto: Arquivo Pessoal - Pedro Macchione: ‘prevenção maior é usar a vacina, ela é bastante eficiente’
Por Da Reportagem Local | 19 de dezembro, 2024

A região noroeste paulista registrou a primeira morte por coqueluche neste ano. A vítima foi um bebê de dois meses, natural de Castilho, que morreu na Santa Casa de Araçatuba. De acordo com o Serviço De Vigilância Epidemiológica do hospital, a bebê foi internada em 15 de novembro na UTI neonatal e pediátrica com o diagnóstico da doença. Apesar do tratamento, ela não resistiu e morreu no último dia 10 de dezembro.

Conforme a Santa Casa, a criança ainda não havia sido vacinada. A imunização contra coqueluche é preconizada para a faixa etária dos dois meses até os seis anos de idade. Na região noroeste paulista, além de Araçatuba, as cidades que registraram casos de coqueluche no ano foram São José do Rio Preto, com quatro ocorrências, Catanduva com uma, e Castilho, também com uma.

Em São Paulo, são três óbitos de janeiro até dezembro. De acordo com as estatísticas, o estado registra uma explosão de casos positivos. Dados do Centro de Vigilância Epidemiológica revelam que, em 2024, o estado de São Paulo registrou aumento de quase 2.000% no número de casos confirmados da doença, se comparado a 2023.

Ainda de acordo com o Centro, até 3 de dezembro foram registrados 1.096 casos e três óbitos por coqueluche. No ano passado, foram 54 casos e 100 mortes. Em 2022, foram 19 casos positivos e nenhum óbito por coqueluche em território paulista.

O pneumologista Pedro Macchione ressalta que a preocupação com a coqueluche sempre foi alta em bebês e crianças, mas esse leque cresceu. Ele reforça a importância da vacinação, inclusive em adultos.

“Hoje a gente tem uma preocupação muito grande também com idosos, principalmente os portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica, enfisema, bronquite crônica, asmáticos e que uma infecção por coqueluche pode levar a quadros bastante complicados”, acrescenta.

O tratamento da doença, segundo o especialista, é feito com antibiótico ao longo de duas a três semanas para alívio da tosse. “A prevenção maior é usar a vacina, ela é bastante eficiente, é feita no calendário oficial das crianças na sua primeira infância, mas é necessário hoje que a gente faça reforço dessas vacinas, inclusive estamos recomendando que adultos portadores de doença pulmonar crônica também faça a vacina da coqueluche.”

Pedro Macchione reforça que a doença é prevenível e curável, mas que exige atenção. “Tossiu por tempo prolongado, seja qual for a causa da tosse, tem que ser vista pelo médico. Essa coisa de achar que toda tosse é alérgica é uma confusão muito grande. Não existe tosse alérgica, quem tem alergia respiratória, quando tem um processo infeccioso agudo, tosse mais do que quem não tem (a alergia) e até mais tempo, mas a tosse não é um sintoma específico, exclusivo, de alergia. É uma tosse muito seca, muito alta, e tem que ser vista pelo médico”, orienta.

A coqueluche, antigamente chamada de tosse comprida, é causada por uma bactéria e tem transmissão bastante rápida. Devido aos outros sintomas que possam aparecer, como espirros e coriza, chega a ser confundida com uma crise alérgica.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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