A cantora baiana Ivete Sangalo recebeu recentemente um diagnóstico de pneumonia. A artista informou que os sintomas eram uma “tosse chata e muito repetitiva” e foram observados logo após a maratona carnavalesca onde se apresentou no seu trio elétrico por vários dias na capital da Bahia.
O médico pneumologista, Renato Eugênio Macchione, explica que a pneumonia pode ser adquirida tanto fora quanto dentro do ambiente hospitalar. Ambas, são entidades com gravidades diferentes e acometem todas as faixas etárias, mas mais frequentemente crianças e idosos.
“É uma inflamação pulmonar, com aparecimento de febre, dor localizada, piora quando respira, com tosse, que pode ser seca ou com expectoração, e muitas vezes provocando, nos casos mais graves, até falta de ar ou cansaço. Merece um atendimento rápido, e nós temos diversos fatores que podem causar a pneumonia, tanto vírus quanto bactérias. E, dependendo do fator causal, existirá a necessidade de antibióticos”, pontua.
Ele ainda destaca que a pneumonia é uma causa importante de mortalidade no mundo todo e, por esse motivo, merece um cuidado especial. “A cada ano nós temos um número maior de vacinas para controle da pneumonia e nós [médicos] aconselhamos o seu uso, tanto para criança quanto para adulto”, afirma.
O exame mais utilizado no diagnóstico desta doença, além do do exame clínico com a auscultação dos pulmões, é a radiografia do tórax. A melhora por meio do tratamento correto costuma ocorrer em três ou quatro dias.
Outro fato recente, que trouxe à tona uma problemática importante quanto às doenças relacionadas aos pulmões, foi a morte do empresário Abílio Diniz, que teve uma complicação respiratória tida por uma pneumonia intersticial.
Macchione explica que essa é uma doença que afeta, na maioria das vezes, homens acima dos 65 anos, e que agride a parte intersticial dos pulmões, que seria a capa dos alvéolos. Trata-se de um processo inflamatório crônico, na maioria das vezes lento, e que leva a uma cicatrização acentuada nos pulmões, tornando-os mais endurecidos.
Isto ocorre, geralmente, em consequência a exposição a produtos inorgânicos, principalmente poeira, silicose, ou produtos de amianto, e algumas vezes orgânicos, como o mofo, e em outras situações não tem uma causa específica, o chamado “causa ignorada”.
“No ambulatório da Escola Paulista de Medicina, a maioria das doenças fibrosantes pulmonares nas mulheres estão relacionadas a complicações de doenças autoimunes, principalmente doenças reumáticas. Enquanto que nos homens temos uma exposição maior do ambiente de trabalho. Existem tratamentos fibróticos, mas é uma doença de uma evolução muito difícil e que limita muito, provocando tosse e falta de ar”, pontua o médico.
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