A campanha Setembro Verde aborda a conscientização sobre a importância da doação de órgãos e de tecidos no Brasil. A iniciativa busca sensibilizar a sociedade sobre o impacto desse gesto solidário que pode salvar milhares de vidas.
De acordo com o Sistema Nacional de Transplantes, vinculado ao Ministério da Saúde, existem 46.956 pessoas aguardando por um transplante de órgão: 92,75% dos pacientes esperam por um rim, um total de 43.552. Em segundo lugar está o fígado, com 2.311 pessoas na fila e, em terceiro, o coração, com 436.
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná lideram o ranking da fila de espera com 22.493, 4.172 e 2.663 pessoas, respectivamente. Os homens representam 59% dos pacientes e a principal faixa etária é de 50 a 64 anos.
Para o presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, a Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e ao Transplante de Órgãos e Tecidos é importante, mas são necessárias ações concretas que promovam a doação. “É preciso transformar essa lei em iniciativas efetivas e duradouras para que a conscientização se reflita em mais doadores e menos vidas prejudicas pela burocracia ou pela desinformação”, afirma.
Canal também lembra que o Projeto de Lei (PL) n.º 3.643/2019 tem o objetivo de tornar explícito que o consentimento familiar, no caso de doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano depois da morte, só é necessário quando o potencial doador não tenha, em vida, manifestado-se expressa e validamente a respeito.
O texto chegou ao plenário da Câmara dos Deputados em março deste ano e ao longo de seis sessões não foi apreciado devido ao encerramento da ordem do dia.
“A Anadem acompanha essa proposição e acredita que aproximar o sistema de transplantes da escolha individual contribuirá para salvar mais vidas e tornar o processo mais transparente e eficiente”, completou o especialista em Direito Médico.
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