Começou nesta terça-feira, dia 9, em Catanduva, a campanha de vacinação contra a poliomielite, a popular paralisia infantil, cujo foco são as crianças com menos de 5 anos de idade, que devem receber a gotinha. De forma simultânea, está sendo feita a multivacinação, cujo objetivo é atualizar a caderneta de imunização de crianças e adolescentes do município de zero até 14 anos.
A campanha, válida em todo o país, vai até o dia 9 de setembro, e no dia 20 de agosto está marcada a mobilização nacional chamada Dia D. Na região, outras cidades, como Itajobi e Pindorama, também iniciaram a aplicação dos imunizantes.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Catanduva, são esperadas mais de 20 mil crianças e adolescentes para tomar vacina contra a pólio e atualizar a carteira de vacinação com os 20 imunizantes disponíveis para a vacinação de rotina.
A estimativa é de que 6.743 crianças, menores de 5 anos, devem receber a gotinha contra a pólio e mais de 14 mil menores de 15 anos atualizem a carteira, conforme as vacinas disponíveis no Calendário Estadual de Vacinação.
Para isso, as 23 unidades de saúde da cidade estão abastecidas com os imunizantes para atender o público-alvo até o dia 9 de setembro. O horário de atendimento é das 7h às 17h. No Dia D, que será em um sábado, todas as unidades estarão abertas, inclusive o antigo Postão, das 8h às 17h.
“As vacinas sempre revolucionaram os cenários de saúde no Brasil e no mundo. Infelizmente, com o advento da Covid-19, as medidas de distanciamento social, culminaram na diminuição da adesão das pessoas, adultos e crianças às vacinas que desde sempre nos protegeram. Estamos lidando, atualmente, com o potencial retorno de doenças que já haviam sido erradicadas no Brasil e no estado de São Paulo, como poliomielite e sarampo. É necessário que retomemos as coberturas de todas as vacinas previstas no calendário, para garantir a segurança de todos e principalmente das nossas crianças”, esclarece e orienta o secretário municipal de saúde Rodrigo Neves.
Para as crianças estão disponíveis os seguintes imunizantes: Hepatite A e B; Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente; VIP (Vacina Inativada Poliomielite); VRH (Vacina Rotavírus Humano); Meningocócica C (conjugada); VOP (Vacina Oral Poliomielite); Febre amarela; Tríplice viral (Sarampo, Rubéola, Caxumba); Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba, Varicela); DTP (tríplice bacteriana); Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano).
Para adolescentes: HPV; dT (dupla adulto); Febre amarela; Tríplice viral; Hepatite B, dTpa e Meningocócica ACWY (conjugada).
Doença poderá causar 200 mil infecções por ano
O último caso da poliomielite registrado no Brasil foi em 1989. Ainda assim, a cobertura vacinal da população diminuiu, principalmente durante a pandemia. Dessa forma, a fim de não ressurgirem casos em território nacional, é essencial que os pais levem as crianças para serem vacinadas.
A preocupação não é à toa. O poliovírus, causador da poliomielite, não foi completamente erradicado no mundo, apesar de os casos de infectados terem caído 99% nas últimas décadas. A Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço da OMS, alerta que, caso a doença não seja completamente eliminada no planeta, 200 mil novas infecções podem acontecer a cada ano dentro de uma década.
A poliomielite é uma doença altamente contagiosa e mais comum em crianças menores de cinco anos que vivem em locais vulneráveis, sem tratamento de água e esgoto adequado. É transmitida de pessoa para pessoa por via fecal-oral ou por água ou alimentos contaminados, e também por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou respirar.
O vírus ataca o intestino, mas pode chegar ao sistema nervoso e provocar paralisia irreversível nas pernas e também em músculos respiratórios, levando o paciente à morte. Não há cura para a poliomielite, apenas a prevenção, feita com a vacina.
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