A campanha 'Maio Vermelho' chama atenção para ações de conscientização sobre o câncer de boca. Dados do Instituto Nacional de Câncer - INCA estima que mais de 14 mil casos sejam registrados no Brasil anualmente.
O câncer da cavidade oral aparece na 12º posição entre os tipos mais frequentes da doença no Brasil, sendo o 5º mais comum considerando apenas homens, que representam mais de 70% dos casos, segundo dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO).
“Os principais sintomas são o surgimento de machucados, como úlceras que demoram a cicatrizar, mais de 15 dias (diferença de uma afta que cicatriza com uma semana), manchas brancas ou avermelhadas, sangramentos, inchaço e dormência em alguma área, além de rouquidão. Nas primeiras etapas, a doença pode ser silenciosa, sem a manifestação de dor. Nas fases mais avançadas, pode causar mau hálito, dores na região, dificuldade para falar e engolir, além do desenvolvimento de caroços no pescoço e perda de peso”, explica a cirurgiã dentista, Maria Ângela Borelli Louzada.
A especialista fala sobre os fatores de risco. “O grande vilão é o consumo de tabaco em todas as suas formas – cigarro com filtro, palheiro, cigarro eletrônico, narguilé, charutos, cachimbos etc. Ingestão frequente de bebidas alcoólicas, exposição à radiação solar sem proteção (filtro solar e chapéu), próteses odontológicas mal adaptadas e contágio por papiloma vírus humano (HPV) pesam bastante.”
Maria Ângela pontua os métodos de prevenção e diagnóstico. “A forma mais eficaz de se proteger é evitando os fatores de risco e mantendo hábitos alimentares saudáveis. O principal método de diagnóstico é o exame clínico visual executado por profissionais habilitados a cada 6 meses e é recomendado o autoexame como uma medida para a descoberta precoce da doença. A confirmação se dá por meio de biópsia da lesão. Ao surgimento de algum sinal, deve-se procurar uma consulta com um cirurgião-dentista. Sendo diagnosticada logo no início, diminui as chances de a doença causar sequelas maiores após o tratamento. A descoberta tardia de um tumor maligno na boca pode comprometer a fala, a mastigação, a deglutição e a estética da face.”
A dentista explica, por fim, sobre o tratamento. “Depende muito do momento que é descoberto, normalmente, é realizado um procedimento cirúrgico de remoção e pode ser associado a sessões de radioterapia e quimioterapia. Além da retirada do tumor, é feito um tratamento multiprofissional, com o suporte de enfermeiros, fonoaudiólogos, psicólogos, dentistas, fisioterapeutas e nutricionistas, para a recuperação do paciente.”
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