Mahatma Gandhi sinaliza que mudança contratual é definitiva; dentistas também protestam
Empresa médica contratada diz que parceria com profissionais de saúde é por livre escolha
Foto: O REGIONAL - Novo formato de contratação foi proposto para médicos das unidades de saúde e da UPA
Por Guilherme Gandini | 13 de julho, 2022
 

O Hospital Mahatma Gandhi manifestou-se nesta terça-feira, 12, depois que médicos que prestam serviço para a organização, atuando nas unidades de saúde e na UPA de Catanduva, divulgaram nota de repúdio à nova forma de contratação que entrará em vigor a partir de 1º de agosto. A empresa Amue, subcontratada para gerir os contratos, também se pronunciou.  

De acordo com o Mahatma, o processo de contratação de nova empresa médica visa atender ao anseio da população por melhor atendimento, o que motivou a realização de processo simplificado para a seleção. A contratada “manterá os atendimentos e assistência à população com evidentes ganhos de qualidade através de ferramentas gerenciais centralizadas.” 

A instituição catanduvense garantiu, ainda, “que não houve alteração na forma de contratação, mas tão somente dos prestadores de serviço com o objetivo de melhorar a eficiência dos atendimentos mediante o mesmo custo financeiro, porém atendendo com mais efetividade aos princípios da eficiência e da economicidade.”  

Já a empresa Amue Atendimentos Médicos de Urgências e Emergências disse ter apresentado o melhor custo-benefício no processo simplificado de contratação promovido pelo Hospital Mahatma Gandhi e relembrou reuniões feitas entre as partes – a nova empresa e os médicos – a fim de informar e esclarecer possíveis parcerias de trabalho na gestão médica.  

“O intuito dos encontros foi abrir canal direto de comunicação com os profissionais médicos e a empresa Amue a fim de absorver grande parte dos profissionais médicos já engajados nas unidades de saúde. Contudo, a parceria é uma faculdade entre os particulares, permanecendo à disposição para novas reuniões ou contato para sanear as dúvidas remanescentes”, frisou.  

Questionada pela reportagem do Jornal O Regional ainda na segunda-feira, 11, a Prefeitura de Catanduva não se manifestou oficialmente sobre os fatos. Há, segundo os médicos, a promessa de reunião com o prefeito Padre Osvaldo para esta quarta-feira, 13, ainda sem confirmação.  

NÃO ACEITAM  

Médicos e médicas que assinaram a carta de repúdio e conduzem abaixo-assinado virtual, que já somava 333 assinaturas até as 19 horas de terça-feira, dia 12, reclamam do novo tipo de contrato, em que eles seriam cotistas. “O vínculo empregatício está na conformação de acionista que receberá seu pagamento na forma de distribuição de lucro da empresa”, criticam. 

Outra questões ainda foram levantadas com relação a questões técnicas e administrativas, valor da hora trabalhada, horas extras e coberturas médicas e quanto à rotatividade de profissionais para atendimento na UPA – o que, segundo eles, poderá deixar a população desassistida.  

Os profissionais se dizem desrespeitados. “Não aceitamos esta forma de vinculação e prestação de serviços para com o sistema de saúde municipal e exigimos um contrato que leve em considerações nossas necessidades de trabalho, nos auxilie a fornecer uma saúde de melhor dignidade a população do município e que nos valorizem tanto de maneira ética e humana, como também em condições de trabalho e financeiras, que se encontram aquém do adequado.” 

 

Dentistas reforçam protestos à mudança contratual  

Os dentistas que prestam serviço para o Mahatma Gandhi também divulgaram nota de repúdio, junto aos médicos, à nova forma de contratação proposta aos profissionais. No texto, eles reforçam que seus salários não aumentaram desde a mudança do regime CLT para Pessoa Jurídica e que o novo modelo gera fragilidade empregatícia e falta de estabilidade.  

“Estamos no mesmo pacote dos médicos. Também somos PJ, atualmente, e a proposta dessa nova empresa é de sermos acionistas e isso desagradou todo mundo. Além disso, há a defasagem do salário dos dentistas. O piso hoje dos dentistas é de cerca de R$ 8 mil e aqui recebemos em torno de R$ 3 mil”, declarou um dos profissionais, que preferiu não se identificar. 

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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