A época ainda é de compra de materiais escolares, dentre os quais, um item merece atenção dos pais e responsáveis pelo estudante: a mochila. Ela é essencial, mas também pode causar graves problemas de saúde ao aluno, sobretudo nesta fase de desenvolvimento do corpo humano.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% dos problemas de coluna na idade adulta podem estar associados ao excesso de peso das mochilas escolares e do esforço repetitivo na infância e na adolescência.
“O excesso de peso nos ombros pode prejudicar o desenvolvimento e contribuir para o desgaste da coluna vertebral. A mochila não deve ultrapassar 10% do peso da criança. Para isso, o estudante deve levar apenas o material necessário para a escola”, orienta o neurocirurgião Eduardo Silva, médico do Austa Hospital e do Centro do Cérebro e Coluna, de Rio Preto.
O tipo de mochila mais recomendável é a que possui rodinhas ou, se não há este recurso, que tenha as costas almofadadas e as duas alças ajustáveis, de maneira que fique encostada, o máximo possível, às costas da criança. Importante também ser feita de material leve e resistente.
No caso das crianças que percorrem longas distâncias a pé, as malas com rodinhas também podem ser uma opção, mas para esses casos, o ideal é optar por uma mochila com o cabo suficientemente comprido, capaz de evitar a inclinação do tronco da criança durante o transporte.
Eduardo Silva explica que a repetição de sobrecarga e má postura podem causar vários danos à saúde ainda na infância e adolescência ou na fase adulta, como hérnia de disco, artrose, lordose, cifose, escoliose, entre outros.
O neurocirurgião ressalta que o papel dos responsáveis pela criança é fundamental. “Os cuidados não terminam ao escolher a mochila certa. Eles precisam estar atentos ao peso que a criança carrega diariamente, a posição correta da mochila na região dorsal, ou seja, mantendo-a apoiada nas costas e não ultrapassando a linha da cintura. E nunca a mochila deve ser carregada em um ombro só”.
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