Junho Laranja chama a atenção para a anemia falciforme e a leucemia
Hematologista do Austa Hospital, Carlos Maluf Homsi destaca a importância do diagnóstico precoce para as duas patologias
Foto: Divulgação - Carlos Maluf Homsi frisa importância de pacientes serem acompanhados a vida toda
Por Da Reportagem Local | 18 de junho, 2023

A anemia falciforme e as leucemias, doenças que impactam a qualidade de vida das pessoas, são os focos da campanha Junho Laranja, que envolve instituições e profissionais de saúde com o objetivo de chamar a atenção da população para elas. Todo ano, ao menos 2.500 crianças nascem com anemia falciforme no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde.

“É a doença genética hereditária de maior prevalência no mundo”, destaca o médico hematologista Carlos Maluf Homsi, do Austa Hospital, de Rio Preto. “A anemia compromete muito a qualidade de vida, no entanto, se diagnosticada precocemente, pelo teste do pezinho, logo após o nascimento, a criança recebe tratamento e acompanhamento adequados.”

A leucemia merece a mesma atenção a partir do nascimento, pois, segundo Maluf, o risco de a doença se desenvolver é maior em crianças de até 5 anos. “Após essa idade, o risco diminui lentamente até a faixa dos 20 anos, voltando a aumentar após os 50 anos. Cerca de 40% dos casos de leucemia linfoide aguda acontecem em adultos”, afirma o médico do Austa Hospital.

Conforme estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 11 mil brasileiros devem ter leucemia, entre 2023 e 2025.

Diante das estatísticas, Maluf ressalta ser o diagnóstico precoce fundamental, nos dois casos, porque permite que os pacientes sejam acompanhados por toda a vida por profissionais que vão acolher, tratar e orientá-los, assim como darão suporte à família. A equipe pode ser formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, dentistas, entre outros.

ANEMIA FALCIFORME

A anemia falciforme é hereditária (passa dos pais para os filhos) e caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue: eles perdem a forma de disco, tornando-se parecidos com uma foice, daí o nome da doença. Esses glóbulos alongados não conseguem passar pelos pequenos vasos sanguíneos, bloqueando a circulação do sangue em diversas partes e tecidos.

Como resultado, os pacientes apresentam episódios de intensa dor, suscetibilidade às infecções, lesões orgânicas e, em alguns casos, a morte precoce. “A anemia falciforme pode se manifestar de forma diferente em cada indivíduo. Uns têm apenas sintomas leves, outros apresentam um ou mais sinais”, pondera Maluf. Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra.

Segundo o especialista, os sintomas geralmente aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida da criança. Ele cita os mais comuns: dores nos ossos e nas articulações; maior propensão a infecções, principalmente pneumonias e meningites; úlcera (ferida) mais frequente próximo aos tornozelos, a partir da adolescência; sequestro do sangue pelo baço, que pode levar rapidamente à morte por falta de sangue para os outros órgãos, como o cérebro e o coração.

O diagnóstico da anemia é feito através do exame eletroforese de hemoglobina. O teste do pezinho, no entanto, realizado antes do bebê receber alta da maternidade, permite a detecção precoce de hemoglobinopatias, como a anemia falciforme.

LEUCEMIAS

Doença dos glóbulos brancos, geralmente de origem genética, que tem como característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as normais. Os quatro principais tipos são a mieloide aguda, a mieloide crônica, a linfoide aguda e a linfoide crônica.

“Será classificada como “aguda” ou “crônica” de acordo com a velocidade de crescimento das células doentes, assim como de sua funcionalidade. A leucemia aguda progride rapidamente e produz células que não estão maduras e não conseguem realizar as funções”, explica Maluf.

O médico enfatiza que a leucemia crônica normalmente progride lentamente e os pacientes têm número maior de células maduras que, no geral, conseguem realizar algumas funções normais.

Já a diferenciação entre “mieloide” e “linfoide” se refere ao tipo de célula que está doente.

As alterações genéticas que levam ao aparecimento da leucemia não estão bem estabelecidas, mas, segundo o INCA, a associação de alguns fatores pode elevar o risco para a doença, como tabagismo, histórico familiar, realização de quimioterapia, Síndrome de Down, exposição a agrotóxicos, ao benzeno e à radiação ionizante e algumas doenças sanguíneas.

Os principais sintomas que devem ser considerados são anemia, palidez, sonolência, fadiga, palpitação, sangramentos na gengiva e nariz, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos. Além disso, podem surgir gânglios linfáticos inchados, perda de peso sem motivo aparente, febre alta contínua, desconforto abdominal e dor nas articulações e nos ossos.

Para o diagnóstico é essencial a avaliação médica, coleta de medula óssea e a realização de exames específicos. O tratamento envolve o uso de medicamentos quimioterápicos, controle de infecções e hemorragias, além de medidas de prevenção da doença no cérebro. Há também indicações de transfusão de sangue, radioterapia e de transplante de medula óssea.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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