Julho enfoca prevenção ao câncer de bexiga, que se confunde com outras enfermidades
A queda no número de diagnósticos é preocupante; campanha busca conscientizar acerca da importância de se buscar orientação e acompanhamento médico
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Médico urologista Fernando Martins Rodrigues diz que pessoas que fumam têm três vezes mais chances de ter câncer de bexiga
Por Stella Vicente | 19 de julho, 2022
 

Da Reportagem Local 

Com Agência Brasil 

 

O mês de julho é marcado pela campanha de conscientização do diagnóstico precoce e tratamento do câncer de bexiga, órgão que armazena a urina antes de ser eliminada do corpo. São realizadas iniciativas para que as pessoas, com ou sem histórico dessa doença na família, realizem exames periódicos e façam acompanhamento médico.  

Segundo o urologista Fernando Martins Rodrigues, o câncer de bexiga se manifesta através de hematúria, ou seja, a presença de sangue na urina. “Esse é o principal sintoma. Pode ser um sangue vivo ou um que apareça no exame de urina. [A pessoa] pode ter um pouco de dor abdominal, dor na bexiga e ardência para urinar”, explica.  

Nos casos mais avançados da doença, podem ocorrer sintomas como perda de peso, cansaço, fraqueza, perda do apetite, dor óssea e incapacidade de urinar. Contudo, de acordo com o especialista, o câncer de bexiga pode ser confundido com outras enfermidades. “Podem confundir com a infecção de urina e com a cólica de rim, que também podem causar sangue na urina.” 

FATORES DE RISCO  

O principal fator de risco para desenvolver a doença é o tabagismo, responsável por cerca de 50% dos casos. “Pessoas que fumam têm três vezes mais chances de ter câncer de bexiga do que pessoas que não fumam. E também o uso de solventes, pessoas que trabalham com tinta, por exemplo. Mas o principal, disparado, é o tabagismo”, frisa o urologista.  

Dessa forma, a principal prevenção para o câncer de bexiga é não fumar. Já os trabalhadores, que estão em contato diário com produtos químicos, devem usar equipamentos de proteção individual para maior segurança durante o trabalho. Os hábitos saudáveis de vida, alimentação adequada, prática de exercícios físicos também são uma forma de prevenção. 

TRATAMENTO  

Além do exame físico e análise da história clínica, para realizar um diagnóstico mais preciso, o médico pode solicitar alguns exames de imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética).  

O exame diagnóstico mais importante para avaliação do câncer vesical é a cistoscopia. Com esse exame, o médico consegue avaliar o interior da bexiga do paciente com uma câmera. O tratamento do câncer de bexiga é indicado de acordo com o grau da doença, profundidade da invasão do tumor na parede da bexiga e se invade outros órgãos.  

“O tratamento consiste na retirada dessa lesão. É necessário fazer uma raspagem para tirar essa lesão da bexiga. Com a retirada dessa lesão será confirmado qual o tipo de câncer e, às vezes, apenas a retirada da lesão já é o suficiente, mas às vezes é preciso retirar uma cirurgia posteriormente para retirar a bexiga toda”, expõe Fernando Martins Rodrigues. 

 

 

Diagnósticos do câncer de bexiga diminuem 

A queda no número de diagnósticos de câncer de bexiga preocupa os especialistas. Isto porque, com a pandemia, muitos pacientes deixaram de realizar exames rotineiros. Para dimensionar o tamanho do dano causado pela pandemia no diagnóstico de novos casos de cânceres, a Sociedade Brasileira de Urologia (seção de São Paulo) realizou levantamento em parceria com instituições de saúde no Estado de São Paulo, responsáveis pelo atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Os resultados mostraram que a pandemia gerou uma redução média de 26% no número de novos casos, englobando os tumores de rim, próstata e bexiga, na comparação com diagnósticos feitos nos anos de 2019 e 2020. 

O Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, observou uma queda de 52% nos casos de câncer de bexiga e 63% nos de rim. Já o Hospital AC Camargo Câncer Center, disse que a redução foi de 24% para os tumores da bexiga e 29% para os de rim. Os dados para o câncer de rim do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostraram redução no diagnóstico de novos casos de 35% – foram computados 40 casos em 2019, contra 26 em 2020. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o número de casos novos de câncer de bexiga, estimados em 2022 para o Brasil, é de 7.590 casos em homens e 3.050 em mulheres. 

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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