Instituto Federal faz observação de cometa que está perto da Terra
Atividade que marca a retomada do projeto de extensão ‘Astronomia para todos’ será na quinta e sexta-feira à noite
Foto: Divulgação/IFSP - Evento de observação do céu do IFSP é aberto à comunidade, com entrada gratuita
Por Guilherme Gandini | 08 de fevereiro, 2023

Um visitante que a cada 50 mil anos frequenta o céu do planeta Terra teve, no dia 12 de janeiro, seu ponto de maior proximidade com o Sol e, desde o início de fevereiro, está visível no hemisfério sul. Trata-se do cometa C/2022 E3. Para aproveitar essa oportunidade, o Instituto Federal agendou para quinta e sexta-feira, 9 e 10, duas noites de observação astronômica.

A atividade marca a retomada do projeto de extensão “Astronomia para todos”, após o período de férias, e tem como intuito justamente observar o cometa. O evento é gratuito e aberto a toda a comunidade, das 19 às 21 horas, nas duas datas.

O grupo é acompanhado por Guilherme Prata, professor de Física do IFSP e coordenador do projeto, que visa à popularização de temas ligados à astronomia e ciência de modo geral.

“Por ser um projeto de extensão, todas as atividades que a gente oferece são voltadas à comunidade e sem restrição de idade. Então, nos nossos minicursos, palestras, oficinas e eventos de observação do céu, contamos com a presença de todo mundo, sem restrição de idade”, frisa o educador.

Para as duas noites de observação programadas para esta semana, ele alerta que o sucesso da empreitada depende de fatores meteorológicos – e que ultimamente o clima tem sido marcado por chuvas e céu nublado.

“O cometa já está visível nos céus do hemisfério sul da Terra. Porém, aqui na região de Catanduva, ele aparece no céu relativamente perto do horizonte no início dessa semana. Isso significa que, dependendo de onde você estiver hoje, as construções e a iluminação urbana podem dificultar - ou até mesmo impedir - a observação do cometa”, pontua.

Nos dias 8 e 9, o cometa aparecerá um pouco mais alto no céu, com menos chance da observação ser obstruída pelas construções urbanas. Mas ainda há ressalvas: “Seu brilho será menos intenso pelo fato de já estar se afastando da Terra e, dependendo das condições de luminosidade local, a observação pode ainda ser comprometida.”

Guilherme Prata diz que a intenção é realizar mensalmente os eventos de observação do céu, seguindo a rotina do ano passado. “Também gostaríamos de repetir as parcerias com escolas, algo que a gente fez no finalzinho do ano passado. A gente teve uma experiência muito legal na escolar Darci Helena Januário e esperamos trabalhar com mais escolas da cidade e região.”

Cometa tem 1 km de diâmetro

O cometa C/2022 E3, que tem cerca de 1 km de diâmetro, foi detectado pelo programa Zwicky Transient Facility (ZTF) em março de 2022, quando passava pela órbita de Júpiter. A observação foi feita por meio do telescópio Samuel-Oschin, no Observatório Palomar, na Califórnia (EUA).

Cometas são objetos feitos principalmente de gases congelados, rocha e poeira, e se tornam nais visíveis quando se aproximam do sol, e seu gelo passa a se transformar em gás, formando uma nuvem ao seu redor.

Da última vez que o C/2022 E3 ficou visível, a Terra ainda era habitada pelos neandertais, conforme disse o astrônomo Filipe Monteiro, tendo por base o período orbital desse corpo celeste que, acredita-se, tem como origem a Nuvem de Oort – uma das regiões mais distantes do nosso sistema solar.

“Algumas previsões sugerem que a órbita deste cometa é tão excêntrica que não está mais em órbita do Sol. Se for assim, então ele não retornará e simplesmente continuará indo embora”, informou, por meio de nota, o Observatório Nacional.

 

(Com Agência Brasil)

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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