Incontinência urinária de esforço afeta qualidade de vida das mulheres
Fisioterapeuta Larissa Mila Ferreira Destefani afirma que condição pode limitar relacionamentos pessoais e sociais e indica qual o tratamento ideal
Crédito: Igor Gagliardi - Larissa recomenda a fisioterapia pélvica como tratamento para a incontinência urinária de esforço
Por Stella Vicente | 11 de fevereiro, 2023

A incontinência urinária de esforço (IUE) se caracteriza pela perda involuntária de urina que ocorre durante a realização de esforços como tossir, espirrar, pegar pesos, rir, correr ou exercitar-se. A fisioterapeuta Larissa Mila Ferreira Destefani afirma que esta condição afeta a qualidade de vida das mulheres, podendo limitar seus relacionamentos pessoais e sociais.

Segundo Larissa, várias pacientes relatam que deixam de sair de casa devido ao problema ou até mesmo quando saem usam absorvente devido ao escape de urina. A primeira opção de tratamento para a IUE é através da fisioterapia pélvica. Ela diz que esse procedimento tem sua eficácia comprovada por pesquisas científicas, onde 75% das mulheres apresentam melhora rápida dos sintomas.

“Um dos principais objetivos do tratamento fisioterapêutico é o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, pois a melhora da força e da função desta musculatura favorece uma contração consciente e efetiva nos momentos de esforço físico, evitando assim as perdas urinárias”, destaca Larissa.

Ela explica que os músculos do assoalho pélvico ficam localizados bem abaixo do corpo e estes músculos sustentam bexiga, útero e o reto e circundam a uretra, a vagina e o ânus, garantindo o fechamento da uretra e do ânus quando ocorre um aumento de pressão.

É possível notar que estes músculos, quando saudáveis, garantem que os órgãos pélvicos posicionados corretamente em nosso corpo; a capacidade de segurar a urina, os gases e as fezes, mesmo quando realizamos esforço físico; e uma boa sensibilidade do canal vaginal durante a relação sexual, favorecendo a sensação de prazer na relação sexual. Por esse motivo, se essa essa musculatura se encontra fraca, ela não terá capacidade suficiente para conter o xixi no momento de esforço, ocasionando os escapes.

 

“Na gestação, a musculatura do assoalho pélvico se sobrecarrega um pouco mais, pois além dos órgãos que ela sustenta a mesma sustentará um bebê crescendo por nove meses. Imagine uma cama elástica com muito peso em cima, ela cede e perde a força. Assim acontece com nossos músculos do assoalho pélvico quando não fortalecemos”, detalha a fisioterapeuta.

A fim de auxiliar no tratamento da incontinência urinária de esforço, alguns exercícios para os músculos do assoalho pélvico podem ser realizados com o toque de um fisioterapeuta, para ajudar a paciente a aprender a correta contração desses músculos; e com eletroestimulação intravaginal, por meio de tecnologias modernas, para as pacientes que apresentam muita fraqueza muscular e dificuldade para aprender o movimento correto.

Além disso, a especialista aponta que alterações de hábitos urinários e hábitos de vida também complementam o tratamento. É o caso de beber a quantidade de líquidos suficiente para urinar seis vezes por dia, o que geralmente corresponde a dois litros ingeridos; esvaziar a bexiga a cada três horas para prevenção das perdas de urina; garantir a manutenção do peso corporal dentro de uma faixa saudável; evitar a constipação e parar de fumar.

“Dessa forma, a fisioterapia pélvica contribui para melhorar a qualidade de vida das mulheres, visto que perder urina não é normal e pode se tornar um problema cada vez mais frequente e grave caso a paciente não realize o tratamento adequado. Se isso acontece com você, procure pela primeira linha de tratamento que é a fisioterapia pélvica”, completa Larissa.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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