Hipertensão pode ser evitada ou tratada se descoberta cedo, diz médico
Cardiologista Maurício Bicudo, do IMC de Rio Preto, reforça importância do check-up anual para o diagnóstico precoce
Foto: Divulgação - Cardiologista Maurício Bicudo afere a pressão arterial de paciente, no IMC de Rio Preto
Por Da Reportagem Local | 26 de abril, 2024

Um a cada quatro brasileiros sofre com hipertensão arterial. São 50 milhões de pessoas, o equivalente à soma das populações dos estados de São Paulo e Santa Catarina. Não bastasse estes números impressionantes, apenas um terço dos 50 milhões de hipertensos controla a pressão arterial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Daí a extrema importância desta sexta-feira, 26 de abril, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.

Uma característica da doença torna ainda mais importante que a população tenha consciência dela e de seus riscos. "A hipertensão é uma doença silenciosa que, se não for adequadamente diagnosticada por médicos cardiologistas e bem tratada, pode levar a várias outras intercorrências à saúde da pessoa, principalmente a longo prazo, como acidente vascular cerebral, infarto, doença renal crônica e morte", afirma o cardiologista Maurício Bicudo, do IMC - Instituto de Moléstias Cardiovasculares, de Rio Preto.

A prevalência da hipertensão é ainda maior com o avançar da idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 61% das pessoas com mais de 65 anos são hipertensas.

Embora seja grave e fator de risco importante para uma série de complicações cardiovasculares potencialmente fatais, como doença arterial coronária, AVC e doença renal, a hipertensão possui outro aspecto para o qual as pessoas devem se atentar. "Ela pode ser evitada ou controlada com adequações de estilo de vida e tratamentos iniciados cedo. Por isso, reitero ser fundamental o diagnóstico precoce pelo médico para que possa promover o tratamento adequado", salienta.

Bicudo cita a atividade física, por exemplo, que promove a vasodilatação arterial, reduzindo os níveis de pressão sanguínea, consome as calorias em excesso da alimentação, utilizando-as como fonte de energia, e libera substâncias químicas como a serotonina, a endorfina, a adrenalina e o cortisol, causando sensação de bem-estar auxiliando no controle pressórico.

A atividade física associada à alimentação saudável constitui um combo protetivo poderoso. "A dieta pobre em sódio (sal), rica em potássio, cereais, cálcio, frutas e vegetais, carne branca, de preferência, e laticínios com pouca gordura mais atividades físicas em torno de 150minutos por semana comprovadamente ajudam a controlar os níveis de pressão arterial e evitar os eventos cardiovasculares como AVC, infarto e morte prematura", afirma o especialista.

RISCO E SINTOMAS

Os principais fatores de risco para ter a doença são pessoas com idade acima de 60 anos, genética familiar de hipertensão, ingestão elevada de sal (sódio) e baixa de potássio, baixa ingesta de água, sedentarismo, sobrepeso/obesidade, uso excessivo de álcool, algumas medicações específicas, uso de drogas ilícitas, apneia ou hipopneia obstrutiva do sono.

Os sintomas da hipertensão, característicos também de outras doenças, são dor de cabeça, tonturas, pressão e aperto no peito. "Quando os níveis de pressão se elevam de forma súbita os sintomas podem ser mais intensos e é comum o surgimento de palpitações (batedeiras), dores no peito, formigamento dos lábios e dos braços, visão turva e alucinações visuais e até mesmo desorientação, confusão mental, crises convulsivas e síncope (desmaio) nos casos mais graves (encefalopatia hipertensiva)", diz o médico, não deixando de ressaltar que a pessoa pode ter sua pressão arterial elevada constante, porém, na fase inicial, sem perceber os sintomas.

Por isso, a importância do diagnóstico inicial feito pelo médico pois há maneira correta de aferir a pressão, seguindo fluxograma específico e muitas pessoas não sabem como obter essas medidas em casa resultando em valores equivocados da pressão arterial. “A hipertensão está no extenso rol de problemas cardiovasculares que podem ser evitados ou descobertos em estágio inicial se as pessoas realizarem o check-up cardiológico uma vez por ano”, reforça.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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