Glaucoma: oftalmologista explica a maior causa de cegueira irreversível no mundo
No dia 26 de maio foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma para reforçar a importância de acompanhamento oftalmológico
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Oftalmologista Danilo Bechara Rossi fala sobre os tipos de glaucoma, diagnóstico e tratamento
Por Myllayne Lima | 28 de maio, 2022
 

Na quinta-feira, 26, foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. O objetivo é conscientizar e reforçar a importância de um acompanhamento oftalmológico. De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS, o Glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo. 

Um relatório publicado pela OMS em 2019 apontou que cerca de 64 milhões de pessoas em todo o mundo tinham glaucoma na ocasião, sendo que 6,9 milhões de casos (10,9%) são resultado de formas graves da doença, como dificuldade de visão ao longe em grau moderado ou grave e cegueira. 

“O glaucoma é uma neuropatia óptica, isto é, uma doença que afeta o nervo óptico pode ser uni ou bilateral e quando não tratado leva à cegueira total e irreversível”, explica o oftalmologista Danilo Bechara Rossi.  

De acordo com o profissional, o glaucoma está relacionado ao aumento da pressão intraocular. “O mecanismo de desencadeamento da doença geralmente está relacionado ao aumento da pressão intraocular devido ao acúmulo de um líquido (humor aquoso) que preenche a parte da frente do olho (câmara anterior). O acúmulo desse líquido faz com que a pressão intraocular vá aumentando e isso leva a um sofrimento e morte das fibras nervosas do nervo óptico. Com isso, o paciente vai perdendo lenta e progressivamente a visão periférica ,até finalmente acometer a visão central, ocasionando a cegueira.” 

O especialista alerta que o glaucoma é uma doença silenciosa. “Essa doença é traiçoeira, pois não dá sintomas iniciais e sua progressão é lenta, fazendo com que o paciente só vá perceber que sua visão está ruim quando já estiver muito alterada e o nervo óptico quase todo destruído.” 

Danilo pontua os tipos de glaucoma. “Existem vários tipos de glaucoma, sendo o mais comum o crônico simples que é mais prevalente após os 40 anos, tem certa hereditariedade e mais comum na raça negra. Há também o glaucoma medicamentoso, geralmente em usuários de corticoide, pós-trauma, de ângulo fechado, induzido pela catarata, dentre outros.” 

O oftalmologista fala sobre o diagnóstico. “O diagnóstico é feito em médico oftalmologista que vai aferir a pressão intraocular, avaliar as características do nervo óptico e do campo visual e das fibras nervosas da retina através de vários aparelhos e exames específicos. Muitas vezes o diagnóstico é impreciso e difícil, sendo uma doença que deve ser avaliada periodicamente porque possui caráter progressivo. De acordo com o estágio da doença a avaliação pode ser mensal, bimestral e semestral. O oftalmologista que vai preconizar essa periodicidade de acordo com cada caso.” 

Danilo finaliza orientando sobre o tratamento. “É uma doença crônica e de difícil cura, porém existem vários tipos de tratamentos que vão desacelerar ou mesmo estagnar a sua progressão. Existe o tratamento medicamentoso por colírios anti-glaucoma, tratamento a laser e também cirúrgico. Este último tem avançado muito ultimamente com o surgimento e evolução das chamadas MIGS (cirurgias para glaucoma minimamente invasivas) e com os nano-stents. Os colírios geralmente tem duas ações fundamentais que são diminuir a produção do humor aquoso e/ou aumentar sua drenagem.” 

 

 

Autor

Myllayne Lima
Repórter de O Regional.

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