Fonoaudióloga indica alterações orais que podem atrapalhar amamentação
Larissa Sellin aponta a chamada língua presa, fenda palatina e a disfunção oral como alguns dos principais problemas
Crédito: Divulgação - Teste da Linguinha é uma lei federal que exige o protocolo de avaliação do frênulo da língua
Por Da Reportagem Local | 24 de agosto, 2023

A campanha Agosto Dourado, que aborda a importância do aleitamento materno, está chegando ao fim. Entre as dúvidas sobre o tema estão os fatores que podem interferir no processo de amamentação. Um deles é o freio lingual alterado, que pode atrapalhar a língua do bebê ao realizar a sucção. Muitas vezes o problema só é descoberto duas ou três semanas após o nascimento.

Um bebê com essa alteração, além de fazer a pega incorreta na amamentação e provocar fissura mamária, o que pode levar ao desmame precoce, tende a ficar com a boca entreaberta ao fazer a respiração oral. Quando maior, a criança ainda fica com dificuldade para engolir, tem distorção no som e prejuízos na aprendizagem e no desenvolvimento motor.

Para Larissa Sellin, fonoaudióloga materno-infantil, um dos principais problemas é a chamada língua presa, a anquiloglossia, condição em que a faixa de tecido, o frênulo, que liga a língua à parte inferior da boca, é curta ou fixada em cristal velar, na gengiva, limitando os movimentos da língua.

“Isso pode dificultar a sucção adequada do bebê e no seio, causando assim dor, desconforto para a mãe e interferindo na eficácia da alimentação do bebê. Sendo assim, a língua presa deve ser analisada, diagnosticada e avaliada pelos métodos corretos e profissionais capacitados que entendem do assunto e que estejam atualizados em freios orais”, afirma.

Outro ponto que pode atrapalhar a amamentação é a fenda palatina, que se refere a uma abertura no céu da boca, que pode ser uma condição congênita; além de problemas de mandíbula ou maxilar e o refluxo gastroesofágico, pois quando o bebê tem refluxo, o leite pode retornar no estômago para o esôfago, causando desconfortos e regurgitações durante a amamentação.

“Uma causa muito comum que a gente vê também é a disfunção oral. Quando algo não vai bem com a disfunção do bebê, ele tende a criar compensações das musculaturas orais, para que assim consiga extrair o leite da mama. Essas compensações podem apresentar alguns sinais na mamada, como abertura de boca reduzida, presença de estalos, covinhas na bochecha, mordidas no bico da mãe, entre outros”, aponta a fonoaudióloga.

Ela destaca que esses problemas podem ser identificados, primeiramente, na maternidade, assim que o bebê nasce, principalmente, quando se trata da língua presa. O profissional que avalia as funções orais do bebê, como a sucção, a respiração e a deglutição, é o fonoaudiólogo. De preferência, também, que seja um profissional atualizado e especializado na área matern- infantil.

“Além disso, a gente conta também com uma equipe multidisciplinar especializada, como consultoras de amamentação, odontopediatras, fisioterapeuta, osteopata e pediatra. Então, todos esses profissionais atuam em prol da amamentação, da detecção precoce dessas alterações para que se possa se viabilizar e melhorar a prática do amamentar”, diz Larissa.

TESTE DA LINGUINHA

O chamado Teste da Linguinha é previsto em lei federal, que torna obrigatória a avaliação do frênulo da língua em bebês em todos os hospitais e maternidades do Brasil. Trata-se de protocolo específico para diagnóstico precoce da língua presa. A análise é dividida em história clínica, avaliação anátomo funcional e avaliação da sucção não nutritiva e nutritiva.

Nas primeiras 48 horas de vida, é realizada somente a triagem neonatal do protocolo e o Teste da Linguinha é rápido, seguro, indolor e não tem custo, no caso das maternidades, possibilitando detectar precocemente a presença da língua presa.

Quando detectada alteração, o procedimento indicado é cirúrgico e realizado por um odontopediatra especialista em freios orais. É a chamada frenotomia ou frenectomia. Ambas as técnicas são eficientes e são planejadas pelo profissional, em conjunto com a equipe interdisciplinar, no caso, a que está acompanhando aquele bebê e sua mãe. Geralmente inclui consultora de alimentação, fonoaudióloga e fisioterapeuta osteopata, em conjunto com o odontopediatra.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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