Com a chegada das férias escolares, mães, pais, cuidadores e parentes devem ficar atentos ao tempo que seus filhos passam no celular. O uso prolongado, especialmente durante o recesso, quando crianças e adolescentes costumam ter mais tempo livre, pode levar ao desenvolvimento da síndrome do pescoço de texto, condição que tem se tornado cada vez mais comum.
A síndrome do pescoço de texto, também conhecida como text neck, é caracterizada pela sobrecarga da musculatura do pescoço. Isso ocorre devido à posição inclinada da cabeça para baixo ao olhar para a tela do celular por longos períodos.
Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e diretor clínico do ITC Vertebral, explica que essa posição repetitiva pode causar uma série de problemas de saúde. “Entre os sintomas mais comuns dessa síndrome estão dores na região do pescoço, que podem se estender aos ombros, dores de cabeça, sensação de peso nos ombros e dores na região da nuca”, explica.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 80% da população mundial têm, teve ou terá dores nas costas provocadas por esta doença que já está sendo chamada por médicos de crise dos tempos modernos.
Para evitar o desenvolvimento da síndrome do pescoço de texto, é essencial adotar medidas preventivas e iniciar o tratamento nos primeiros sinais de desconforto. “Diminuir o tempo gasto no celular e tablet, movimentar a cabeça regularmente e manter uma posição confortável são passos importantes para prevenir essa condição”, aconselha Sampaio.
O fisioterapeuta recomenda alguns exercícios simples que podem ajudar a aliviar a tensão no pescoço, como mover a cabeça em meia lua e depois em um giro completo, além de alongar a região do trapézio inclinando a cabeça e puxando levemente com a mão.
“Promover atividades que não envolvam dispositivos móveis e incentivar pausas regulares pode ajudar a prevenir a síndrome do pescoço de texto”, diz.
Ele ainda indica algumas atividades físicas para desconectar a criança, como o treino de circuito – com polichinelos, flexões, abdominais, saltos, e assim por diante; o yoga ou alongamento para estimular a calma e o relaxamento; e jogos que envolvem atividade física, como esconde-esconde, pular corda ou até mesmo uma versão adaptada do futebol dentro de casa.
“As férias devem ser um período de descanso e diversão e é importante que as mães estejam atentas ao tempo que seus filhos passam no celular. Tanto para se manterem em alerta para a prevenção da síndrome, quanto para também fazerem parte do período de descanso do(a) pequeno(a)”, reforça o especialista.
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