
Os alunos da Escola Estadual Dr. Nestor Sampaio Bittencourt participaram, no domingo, 3, da etapa regional da Olimpíada de Robótica, que foi sediada na USP de São Carlos. A escola levou duas equipes para competir – uma foi a vice-campeã e a outra conseguiu o quarto lugar.
Os alunos envolvidos foram Fernanda Godela e Laura Zanchetta, representando a equipe RoboGirls, premiada com a segunda posição, além de Matheus Henrique Zampieri, junto com Ana Júlia Ligeiro, representando a equipe Aether, que conseguiu a quarta colocação.
A RoboGirls, totalmente feminina, levou o nome da escola e representou a imagem das mulheres na robótica que é, em sua maioria, conduzida por homens. Dentro da competição, havia adversários de alto nível, como por exemplo, escola particular de alto padrão.
O professor e orientador do projeto Renan Goulart explicou como foi a preparação: “Eles estiveram envolvidos em projetos interdisciplinares que integraram robótica, programação, arte e tecnologia — tudo isso dentro da proposta pedagógica do Ensino Integral da escola.”
Acrescentou, ainda, o que foi trabalhado de maneira essencial para o momento. “Os conteúdos foram conectados a diversas áreas do conhecimento, desde matemática, com noções de ângulos e lógica, até linguagem, considerando que as apresentações exigiam habilidades de expressão oral e criatividade narrativa. A robótica foi abordada de maneira transversal, unindo ciência e criatividade em atividades práticas, dinâmicas e com forte impacto educacional”, detalhou.
O projeto teve início cerca de dois meses antes da competição, sendo desenvolvido principalmente durante as aulas de Robótica, como iniciativa do professor para incentivar os estudantes a participarem de olimpíadas e explorarem seus potenciais. A proposta foi incorporada às aulas regulares, inspirada no espírito da Robótica Artística da OBR (Olimpíada Brasileira de Robótica).
“Nos momentos finais, a dedicação aumentou significativamente — em especial no dia anterior ao evento, quando eu e alunos passamos o dia inteiro na escola, das 9h às 17h, ajustando os robôs e ensaiando as performances”, afirma Renan.
O professor diz que o processo todo foi exigente, mas extremamente gratificante. “Exigiu planejamento, mediação constante e, principalmente, escuta ativa. Meu papel foi o de estimular a autonomia dos estudantes, orientar nas dificuldades técnicas e motivar para que não desistissem diante dos obstáculos. ’Além da parte técnica, ajudei a organizar cronogramas, materiais, espaços de ensaio e apresentações. Como educador, ver o envolvimento, o brilho nos olhos e o crescimento de cada um deles ao longo do processo foi a maior recompensa”, celebra.
Renan frisa que o a vitória de uma escola estadual é um ato de resistência. “É importante destacar que competimos com instituições que possuem estruturas muito mais avançadas, histórico em eventos desse tipo e maior tempo de preparação. Ainda assim, mostramos que, com dedicação, talento e apoio pedagógico, a escola pública também pode alcançar resultados extraordinários. Essa vitória é, acima de tudo, um símbolo de resistência, esperança e do enorme potencial que existe dentro das nossas salas de aula.”
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