Se estivesse vivo, o professor Octacílio de Oliveira Ramos completaria hoje 125 anos. Ele provavelmente não imaginou que seu nome seria falado diariamente por tantas crianças e famílias: “Eu estudo no Octacílio”, dizem orgulhosos os alunos em referência à uma das escolas municipais mais tradicionais e admiradas da cidade, que tem seu nome como patrono.

Conforme sua biografia, Octacílio nasceu em 7 de setembro de 1898, em Bananal, tendo exercido o magistério por mais de 30 anos até sua morte em 1958, na capital. Foi professor dedicado, ocupou cargos de direção e se engajou no aperfeiçoamento de políticas públicas de educação, tendo atuado em mais de 16 municípios do interior de São Paulo.

A denominação dada à escola data de 1959, quando a então Delegacia Regional de Ensino propôs à Secretaria da Educação a mudança de nome do 2º Grupo Escolar de Catanduva para Grupo Escolar Octacílio de Oliveira Ramos. O projeto de lei teve autoria do deputado estadual Sólon Borges dos Reis e foi sancionado pelo governador Carvalho Pinto, por meio da lei 5.647/60.

Atualmente, a unidade de ensino pertencente à Rede Municipal atende 464 alunos de 1º ao 5º ano do ensino fundamental, tendo 26 professores e 25 funcionários em sua estrutura.

A diretora Kátia Milene da Silveira Rufino frisa que, no decorrer dos anos, a educação se atualizou conforme as inovações dos novos tempos, com o uso das tecnologias, metodologias ativas e integração dos temas a serem aprendidos com assuntos de interesse das crianças. Com isso, pontua, junto às aulas dinâmicas, a escola procura desenvolver as competências socioemocionais e prover formação integral aos alunos, coisa incomum algumas décadas atrás.

“No entanto, algumas coisas se mantêm, sendo a principal delas a paixão por ensinar e qualidade dos educadores envolvidos. Daí a importância de o patrono de nossa escola ser um professor. Dos meus tempos de estudante, não me recordo de títulos de livros ou marcas de canetas, mas muitos foram os professores que me marcaram e cujos nomes ainda me lembro e guardo na memória com carinho. Não há material ou tecnologia capaz de substituir professores qualificados e empenhados”, enaltece a educadora.

Aluna de escola pública, ela diz que tem orgulho em dirigir equipe tão apaixonada pelo que faz. “Décadas atrás eu ouvia que a escola “já não era mais tão boa quanto antigamente” e continuo ouvindo isso eventualmente. A meu ver, isso se trata apenas de um saudosismo de uma época a qual muitos gostariam de voltar. Enquanto houver pessoas dedicados a ensinar de forma humana e efetiva as escolas vão se desenvolver e melhorar a cada dia.”

A qualidade do ensino da escola Octacílio se soma, ainda, à preservação de algumas tradições dos tempos de seu fundador, como a execução do hino à bandeira semanalmente e visitas regulares à biblioteca. Também há atividades de leituras em diversos ambientes do prédio.

“Acreditamos que a educação é o único caminho para transformar o mundo, e o amor por essa profissão é o que nos move. Agradeço a toda a equipe da escola, bem como aos estudantes e às famílias. São vocês que todos os dias honram a memória do professor Octacílio e de tantos outros que sempre lutaram por uma educação de qualidade”, completa Kátia.

ESCOLA ACOLHEDORA

Para Michelle Mayara Carlos Silveira, mãe de Davi Silveira, do 1º ano C, a escola se destaca por ser muito acolhedora e cuidadosa com as crianças. “Possui professores maravilhosos e uma direção excelente. Davi iniciou o ano com muitas dificuldades e recebeu todo o cuidado da professora Rosana que é extremamente dedicada. Ele hoje está quase alfabetizado, é muito interessado em aprender e ama a escola. Meu filho mais velho, hoje cursa o oitavo ano em outra escola, também estudou no Octacílio e foi um período excelente”, comenta.

Outra mãe, Bruna Paes de Oliveira, vai na mesma linha nos elogios à unidade de ensino. Sua filha é Mariah Eduarda de Oliveira Humel, do 2º ano B, autista de suporte dois que saiu de um colégio particular e foi pro Octacílio este ano. “Fiquei encantada com a forma como ela foi acolhida por todos na escola. A dedicação da professora Giselle, da cuidadora Nicoli e da professora de AEE Andreza fazem com que minha filha se sinta feliz, o que resultou num desenvolvimento muito grande dela. Uma escola onde a verdadeira inclusão acontece.”