Esclerose múltipla atinge sobretudo adultos jovens, alerta neurologista
Doença é causada por uma soma de fatores a que o paciente está exposto durante a vida, além da predisposição genética
Fotos: Divulgação - As atrizes Guta Stresser, Cláudia Rodrigues e Ana Beatriz Nogueira tiveram diagnóstico de esclerose múltipla
Por Da Reportagem Local | 30 de maio, 2024

Ao contrário de muitas doenças neurológicas, que têm nos idosos a faixa etária de maior incidência, no caso da esclerose múltipla são os adultos jovens os mais atingidos, segundo dados das organizações de saúde. Nesta quinta-feira, 30, Dia Mundial da Esclerose Múltipla, médicos e instituições de saúde alertam que o diagnóstico, tratamento precoce e acompanhamento com o neurologista, são as chaves para a estabilização da doença e melhora da qualidade de vida.

A doença chega ao conhecimento da população somente quando acomete celebridades, como as atrizes Guta Stresser, Cláudia Rodrigues e Ana Beatriz Nogueira, por exemplo. "Atualmente, a esclerose múltipla é uma das principais causas de deficiências não traumáticas em adultos jovens. Incide mais entre 18 e 40 anos, fase produtiva, e atinge três vezes mais mulheres que homens", informa o médico neurologista Guilherme Gasque, do Austa Hospital, de Rio Preto.

A esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune que compromete o sistema nervoso central, causando a inflamação e, muitas vezes, a destruição da bainha de mielina, responsável por tornar mais rápida a comunicação entre os neurônios. "Ela é causada por uma soma de fatores a que o paciente está exposto durante a vida. Além da predisposição genética, também está relacionada ao tabagismo, obesidade na infância e alguns tipos de infecções", completa.

Segundo Gasque, nos surtos iniciais, a esclerose múltipla apresenta sintomas que duram dias ou semanas, podendo evoluir para melhora espontânea. “Após algum tempo, sua recuperação passa a ser mais lenta e parcial, trazendo sequelas cada vez mais incapacitantes."

Entre os sintomas característicos estão a perda de força ou de sensibilidade em um ou mais membros, a redução da visão associada à dor, a movimentação ocular e a incontinência urinária.

O diagnóstico é realizado pelo neurologista, por meio de exame clínico criterioso, apoiado em exames complementares como a ressonância magnética de crânio, medula cervical e torácica, punção lombar com análise do liquor e exames laboratoriais.

Gasque destaca que o diagnóstico e o tratamento estão cada vez mais precoces e eficientes, o que colabora para manter o portador sem surto e, consequentemente, sem prejuízo para as atividades do dia a dia. Medicações orais e endovenosas são as terapias de combate à evolução do quadro, sendo aplicadas de forma individualizada, dependendo da gravidade e de cada caso.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 2,8 milhões de portadores de esclerose múltipla no mundo. No Brasil, estima-se que a doença afete de 15 a 27 indivíduos a cada 100 mil habitantes.

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Da Reportagem Local
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