Recentemente, a Sociedade Brasileira de Diabetes fez um alerta para a diabetes mellitus gestacional, responsável por afetar 18% das gestações no Brasil. Trata-se de uma condição temporária, ocasionada pelas mudanças no equilíbrio hormonal durante a gravidez, e que pode gerar consequências tanto para a mãe quanto para o bebê.
O professor doutor Durval Ribas Filho, nutrólogo e endocrinologista e cooperado da Unimed Catanduva, diz que o diabetes mellitus gestacional (DMG) é o distúrbio metabólico mais comum durante a gravidez. Segundo ele, tanto fatores genéticos como ambientais podem influenciar neste quadro.
“A prevalência está aumentando e se correlaciona com o aumento da obesidade materna ao longo das últimas décadas. Sobrepeso e obesidade maternos, idade fértil mais avançada, história prévia de DMG, história familiar de diabetes mellitus tipo 2 e etnia são os principais fatores de risco”, explica.
Há consequências tanto para a mãe quanto para o bebê e, segundo o médico especialista, o manejo ideal da mãe e do bebê durante o acompanhamento de longo prazo continua sendo um desafio, com implementação muito limitada de estratégias preventivas na maior parte do mundo. “Estudos mostram que o DMG aumenta o risco de hiperglicemia, diabetes, obesidade, doença cardiovascular para o bebê quando adulto. Um estudo chamado HAPO-FUS mostrou que o DMG favoreceu o desenvolvimento de síndrome metabólica nos bebês cuja mãe teve diabetes gestacional”, relata o médico.
Ainda assim, há meios para se evitar esse tipo de diabetes. O nutrólogo diz que um estudo de meta-análise, publicado em 2015, mostrou que a mudança de estilo de vida por meio de dieta e atividade física, inclusive a yoga, foi importante para reduzir o risco do diabetes mellitus gestacional. “Também a suplementação de probióticos e mio-inositol reduziu os riscos de DMG”, completa.
Segundo Durval Ribas Filho, o mais importante no tratamento desse diabetes em específico é prevenir o excesso de peso da bebê, assim como as complicações da gravidez. Para que isso ocorra é preciso ter um controle rígido por parte da mãe para que não se ganhe peso corporal excessivo na gestação. Dessa forma, é recomendado a dietoterapia e atividade física monitorada.
“É fundamental o controle da hiperglicemia materna e quando necessário é importante a administração de insulinoterapia. A dieta recomendada a essas pacientes é similar a dieta de uma paciente portadora de diabetes, ou seja, alimentos de baixo índice glicêmico e o fracionamento de quatro a seis refeições por dia. O Instituto de Medicina (IOM) recomenda uma dieta com 175g de carboidrato por dia”, destaca.
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