Entenda as mudanças na vacina contra a pólio com o fim da ‘Gotinha’
A partir de 4 de novembro todo o Brasil deverá adotar o novo modelo de imunização, que terá apenas doses injetáveis
Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN - Saúde precisará substituir a vacina oral contra a pólio pela injetável
Por Da Reportagem Local | 17 de outubro, 2024

O Ministério da Saúde anunciou mudanças na aplicação da vacina contra a poliomielite. A famosa imunização, conhecida pelas "gotinhas", será substituída por uma única dose injetável em todo o Brasil. A mudança será implementada até o dia 4 de novembro em todo o país.

A poliomielite é causada por um vírus da família dos poliovírus, que ataca o trato intestinal, principalmente de crianças, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados. Em sua forma mais grave, a doença pode causar paralisia progressiva, resultando em sequelas motoras permanentes. A vacinação na primeira infância é uma forma de prevenção.

“Mesmo com essa mudança, vacinar é fundamental para garantir uma proteção eficaz, com até 99% de imunidade após o ciclo completo. Além disso, a vacinação evita a circulação do vírus, reduzindo o risco de mutações e novas infecções em pessoas que possam ser vulneráveis”, afirma Paulo Antônio Friggi de Carvalho, infectologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim.

O esquema de vacinação contra a poliomielite com as “gotinhas” funciona com três doses, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida, feitas com a vacina injetável, e os reforços ocorrem com a vacina oral, aos 15 meses e aos 4 anos. Com a nova diretriz, o esquema será simplificado: as três doses injetáveis permanecem, mas o reforço será dado apenas aos 15 meses, também com a vacina injetável, eliminando a dose aos 4 anos.

De acordo com o médico, a principal diferença entre as vacinas é o tipo de vírus utilizado. "A vacina oral contém cepas de vírus vivos atenuados, enquanto a injetável utiliza vírus inativados. Apesar disso, ambas oferecem o mesmo nível de proteção", afirma.

A alteração segue recomendações científicas recentes, tanto que outros países já adotaram a prática. Segundo Paulo, além de garantir eficácia máxima com menor número de doses, o uso exclusivo da vacina injetável elimina o pequeno, mas existente, risco de mutação das cepas atenuadas, presentes na vacina oral, que poderiam circular no ambiente e infectar pessoas com o sistema imunológico comprometido.

Em 2023, a cobertura vacinal do país contra poliomielite atingiu 84,63%, mas a meta anual é vacinar, no mínimo, 95% do público-alvo, que abrange cerca de 13 milhões de crianças menores de cinco anos, segundo o Ministério da Saúde.

“É importante destacar que a vacinação segue sendo o método mais eficaz para prevenção e até erradicação de doenças em todo mundo. Ela está disponível de forma gratuita e segura nas unidades básicas de saúde e devem fazer parte da rotina de cuidados de todos”, finaliza o profissional.

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Redação de O Regional

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