No mês em que é celebrado o "Dia Mundial da Higiene das Mãos", o médico otorrinolaringologista Arnaldo Tamiso, que atua no Hospital Paulista, referência nesse segmento, reforça os cuidados para que as pessoas evitem infecções/inflamações que afetam ouvido, nariz e garganta. Segundo ele, lavar as mãos é a dica número 1.
Rinite, sinusite e rinossinusite. Três doenças muito comuns nesta época do ano - e que podem ser facilmente evitadas, se tivermos atenção, sobretudo, com as mãos. Sim, pode até parecer curioso, mas está literalmente “em nossas mãos” a maneira mais simples de se precaver contra esses problemas de saúde, tão comuns no Outono e no Inverno.
Afinal, é justamente por meio das mãos que, geralmente, são transportadas as bactérias, os vírus e demais elementos patogênicos contaminantes do nosso corpo. E isso não é diferente com as chamadas “ites” – que tanto irritam as vias nasais, garganta e canais auditivos.
Portanto, as mãos devem sempre ter primazia no que se refere aos cuidados a quem busca se precaver desta famosa tríade de doenças, antes mesmo da poeira, da poluição e das aglomerações, que geralmente são o que as pessoas mais se atentam.
"Para nós, que somos especialistas nos estudos de nariz, ouvido e garganta, não resta dúvida de que as mãos são as principais ocasionadoras da disseminação de rinite, sinusite e rinossinusite, assim como de dezenas de outras doenças. A prevenção, em todos esses casos, depende essencialmente da higienização das mãos", explica Tamiso.
O especialista menciona estudo publicado American Journal of Infection Control, dos EUA, que avaliou em quais partes do rosto colocamos as mãos com maior frequência. A boca, segundo essa pesquisa, é tocada quatro vezes por hora. Em média, cada contato dura três segundos. Já o nariz e os olhos são tocados três vezes por hora – e cada contato, em média, dura um segundo. "Em números gerais, esse estudo revela que passamos as mãos nas mucosas – boca, nariz e olhos – em 44% das vezes que as levamos ao rosto. Desse total, 36% são direcionadas para a boca, 31% para o nariz e 27% para os olhos. Também há situações em que passamos as mãos em duas ou três regiões ao mesmo tempo: 6%. Portanto, é algo muito mais recorrente do que costumamos imaginar e merece toda atenção, em termos de potencial de contaminação”, reitera. As demais recomendações também devem se fazer presentes, como o uso de soro fisiológico nasal para limpar diariamente o nariz, beber muita água e evitar lugares fechados ou com muitas pessoas. Mas a dica número 1, sem dúvida, é a higienização das mãos, antes de mais nada.
AS TRÊS ‘ITES’
A rinite é um tipo de inflamação e/ou hipereação da mucosa de revestimento nasal, que pode se manifestar de forma alérgica (mais comum) ou também de forma infecciosa. No caso dessa última (provocada por vírus e bactérias), é fundamental sempre lavar bem as mãos, principalmente quando estiver em lugares muito fechados e cheios de pessoas. O uso do álcool em gel também pode ajudar na prevenção.
Já a rinite alérgica, em específico, Arnaldo Tamiso destaca que ela é bastante sintomática. “O que mais observamos no paciente alérgico é a marca alérgica no nariz, como uma linha, que marca a pele acima da ponta nasal de tanto o paciente esfregá-la com a mão”. Com relação à sinusite, ele explica que a doença pode ser aguda ou crônica e muitas vezes está associada à chamada de Polipose Nasossinusal. Trata-se de uma predisposição da mucosa nasal e dos seios da face em formar pólipos, que obstruem os orifícios e favorecem o acúmulo de secreções e infecções bacterianas. A rinossinusite, por sua vez, é o termo que os médicos usam para diferenciar uma rinite normal de outra que acaba se estendendo pelos seios da face, por meio de um processo inflamatório e/ou infeccioso. “Esse tipo de quadro representa uma reação a algum tipo de agente físico, químico ou biológico, além de ser possivelmente causado também por mecanismos alérgicos.”
CRIANÇAS
Com relação aos pequenos, em especial, o médico destaca que a atenção dos pais deve se concentrar na doença popularmente chamada de "mão, pé, boca", causada por um vírus. Embora possa acometer também os adultos, ela é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade. O nome da doença, segundo ele, se deve ao fato dos locais em que as lesões aparecem mais comumente. “Aftas, dificuldade para se alimentar, diarreia e febre estão entre os sintomas mais comuns”, alerta.
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