Doença típica de idosos, trombose atinge mais jovens após a pandemia
Cirurgião vascular Augusto da Silva alerta para que pessoas fiquem atentas aos sintomas e adotem hábitos saudáveis
Foto: DIVULGAÇÃO - Cirurgião vascular Augusto da Silva, ao lado de tomógrafo no Austa; tomografia auxilia no diagnóstico da trombose
Por Da Reportagem Local | 14 de outubro, 2022

A Semana Mundial da Trombose, de 10 a 14 de outubro, acontece em momento importante porque médicos constataram que a pandemia da covid-19 causou aumento da doença grave, característica dos idosos, em pessoas cada vez mais jovens. “A trombose arterial, em que há predomínio de plaquetas que geralmente se instalam sobre uma placa de cálcio ou gordura, é prevalente em idosos, porém, verificamos que durante e pós a pandemia atinge mais jovens”, afirma o cirurgião vascular Augusto da Silva, do Austa Hospital, de Rio Preto.

O médico alerta para que as pessoas acima dos 60 anos, mas também as mais jovens fiquem atentas aos sintomas da trombose, que atinge mais de 180 mil indivíduos a cada ano no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).

Além da consulta ao médico especialista, Silva orienta que, frequentemente, é importante a realização de exames para se obter a extensão do problema e definir o tratamento. “Quanto mais cedo a trombose for diagnosticada e tratada, menores os impactos e malefícios à pessoa.”

Os médicos acreditam que o número de casos aumentou com a pandemia da covid-19 porque as pessoas permaneceram durante muito tempo inativas em casa. “Habitualmente, ficar muito tempo sentado ou parado é condição que contribui para aumentar o risco de trombose. Esta foi a realidade de muita gente durante a pandemia”, salienta Augusto da Silva.

A trombose é a formação de coágulos dentro dos vasos sanguíneos, onde o sangue no estado líquido se transforma numa “massa” de células e em outros elementos que podem obstruir parcialmente ou na totalidade os vasos. Com isso, há a obstrução do sistema circulatório por um coágulo que prejudica e reduz o fluxo sanguíneo pelas artérias e pelas veias do corpo humano.

Os sinais e sintomas da trombose são bem claros. Os mais comuns são as dores nas pernas, acompanhadas de inchaço na panturrilha e nos pés. Além disso, a pessoa que desenvolveu um quadro clínico compatível com trombose venosa profunda ainda pode ter o endurecimento da musculatura da panturrilha, dificuldade para caminhar, alteração de coloração nos pés e arroxeamento das extremidades.

Nos casos avançados, a trombose evolui para a embolia pulmonar, podendo causar dores no peito, falta de ar súbita, sensação de angústia, taquicardia (batimentos cardíacos acelerados) e taquipneia (ritmo respiratório exagerado), com risco até de morte.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Há várias atitudes que as pessoas podem adotar para se prevenir. Recomenda-se parar de fumar, consumir bastante água, ter alimentação balanceada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar passar muito tempo na mesma posição no horário de trabalho ou em longas viagens. O uso de meias elásticas também pode ser indicado, de acordo com o cirurgião vascular, já que comprimem os vasos sanguíneos, melhorando o retorno venoso e, consequentemente, prevenindo problemas vasculares como varizes e trombose.

Quando diagnosticado o problema pelo médico especialista, o tratamento pode ser clínico, através de medicamentos anticoagulantes, ou cirúrgico, dependendo da extensão da trombose. O tratamento cirúrgico é minimamente invasivo, com procedimento endovascular.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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