Dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) apontam que pelo menos 6 milhões de pessoas tem Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) no Brasil, embora apenas 12% dos casos sejam diagnosticados. Ainda segundo a SBPT, entre os poucos diagnosticados, somente 18% seguem o tratamento médico.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 210 milhões de pessoas no mundo têm DPOC e a doença é, hoje, a terceira principal causa de morte.
Em entrevista ao Jornal O Regional, o pneumologista Marcelo Macchione fala sobre as principais características da DPOC e os métodos de tratamento. Ele ressalta que é possível ter uma vida ativa após o diagnóstico da doença.
“A DPOC é popularmente conhecida como enfisema pulmonar ou bronquite crônica. Os sintomas mais comuns são dispneia (falta de ar), tosse crônica e produção de muco (expectoração). A doença é progressiva e pode ser incapacitante, levando à falta de ar e cansaço ao realizar atividades simples do dia a dia”, explica.
O pneumologista alerta que a DPOC está presente em 90% dos casos de tabagismo. “O principal fator de risco é o tabagismo, presente em aproximadamente 90% dos pacientes, ou seja, a maneira mais eficaz de evitar é não fumar.”
O médico frisa que a doença é manifestada, na maioria das vezes, em pessoas acima dos 40 anos. “A doença está presente em presente em cerca de 10,1% da população e aproximadamente 15,8% dos adultos com mais de 40 anos de idade da cidade de São Paulo. É mais comum em pessoas com mais de 50 anos de idade e está associada, principalmente, à exposição ao fumo, poluição, poeira e produtos químicos. Se você tem mais de 50 anos, é fumante ou ex-fumante e tem algum dos sintomas citados anteriormente, é recomendado procurar um pneumologista e fazer o exame de espirometria para confirmar o diagnóstico.”
Macchione fala sobre o tratamento, que tem como uma das medidas mais importantes cessar a exposição que está causando a DPOC, na maioria dos casos o tabagismo.
“Se parar de fumar, o portador de DPOC vai viver mais tempo. Também é importante tomar as vacinas recomendadas para quem tem DPOC, como a vacina da Influenza (gripe), contra pneumococo (pneumonia), contra Covid-19 e, recentemente, está sendo recomendada a vacina contra coqueluche (DTP) e herpes zoster. Além disso, são utilizados medicamentos, principalmente os broncodilatadores, que aliviam a obstrução dos brônquios, reduzem a perda de função pulmonar e as exacerbações. O tratamento medicamentoso é individualizado de acordo com as características de cada paciente.”
O especialista finaliza contando como o paciente pode levar uma vida ativa e bem sucedida, apesar da doença. “Manter-se ativo é extremamente importante para esses pacientes, pois minimiza a perda de massa muscular. Um dos pilares do tratamento, independente da gravidade da doença, é a reabilitação pulmonar. Trata-se de um programa de exercícios com duração de 12 semanas, realizado por equipe multidisciplinar (médico, fisioterapeuta, educador físico, nutricionista).”
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