O Hospital Emílio Carlos protagonizou, na tarde de quarta-feira, dia 10, a emocionante e eficiente corrida em favor da vida ao realizar a captação de coração e múltiplos órgãos. A operação, que contou com a colaboração da FAB - Força Aérea Brasileira, foi conduzida em parceria com o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor) de São Paulo e Hospital de Base (HB) de Rio Preto, com cooperação da Comissão Intra-hospitalar para Doações de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) dos hospitais da Fundação Padre Albino.
Como ponto de partida houve a decisão dos familiares de um paciente de 43 anos, com morte encefálica confirmada, em autorizar a doação dos órgãos. Além do coração, rins e córneas foram doados com potencial de beneficiar até cinco pessoas da lista de espera por transplantes.
Para o enfermeiro da Comissão, Carlos Mancini, a decisão altruísta vai além do momento de luto. “Esse ato de generosidade proporciona uma segunda chance de vida a quem espera na fila pelo transplante. Entendemos a dor do momento da perda, mas nosso trabalho é fazer com que os familiares sejam sensibilizados a fazer a doação para um bem maior”, ressalta.
Essa foi a segunda captação de múltiplos órgãos realizada pelos hospitais da Fundação Padre Albino este ano, que têm se destacado no cenário das doações de órgãos e tecidos na região.
Segundo dados do Departamento Regional de Saúde (DRS XV/Rio Preto), na comparação com o mesmo período de 2023, houve aumento de 100% em doadores de múltiplos órgãos e de 230% em doadores de córneas em Catanduva, colocando os hospitais Padre Albino e Emílio Carlos em segundo e terceiro lugares no ranking de doações; em primeiro está Rio Preto e, em quarto, Araçatuba.
“Esses dados reforçam nosso compromisso com a promoção da vida e a solidariedade humana. Em momento em que a espera por um transplante pode ser angustiante corrida contra o tempo, gestos como esse oferecem esperança e oportunidades para aqueles que aguardam a nova chance de viver”, esclarece o enfermeiro Carlos Mancini.
CONTRA O RELÓGIO
A aeronave da FAB pousou em Catanduva às 15 horas, na quarta-feira, e ao final da tarde levou o coração ao Instituto do Coração, na capital, onde paciente compatível já aguardava como receptor. Carros da Guarda Civil Municipal fizeram a escolta até o Aeroclube de Catanduva.
A médica e cirurgiã cardíaca do InCor, responsável pela captação do coração, Maribel Flores, fez questão de agradecer. “Nosso obrigado à família do doador, que teve esse gesto tão honroso, e às equipes do Hospital Emílio Carlos, em especial à Comissão de Doações, por agilizar todo o processo nessa corrida em favor da vida”.
Os rins e córneas foram levados pela cirurgiã Allana Fortunato para o HB de Rio Preto, onde possíveis quatro receptores serão beneficiados.
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