Dermatologista fala sobre diagnóstico e tratamento da alopecia areata
Will Smith agrediu Chris Rock após piada sobre a cabeça raspada da esposa, Jada Pinkett Smith
Foto: ARQUIVO PESSOAL - Dermatologista Raquel Carvalho explica sobre sintomas, diagnóstico e tratamento
Por Myllayne Lima | 01 de abril, 2022
 

O destaque do Oscar não foram as premiações, mas sim o tapa que o ator Will Smith deu no apresentador Chris Rock durante a cerimônia realizada no domingo, 27. A agressão foi motivada, após Chris fazer uma piada sobre a cabeça raspada de Jada Pinkett Smith, esposa de Will, diagnosticada com alopecia areata, doença autoimune que faz com que Jada perca o cabelo. 

“Alopecia é o termo genérico que usamos para designar qualquer perda, seja ela temporária ou definitiva, dos cabelos, portanto, toda alopecia tem um 'nome' e 'sobrenome'.  Existem centenas de tipos de alopecia como, por exemplo, androgenética, por tração, frontal fibrosante, pós quimioterapia e a tão falada no momento, a alopecia areata”, explica a dermatologista Raquel Carvalho.  

A alopecia areata é considerada uma doença autoimune, quando o sistema imunológico (mecanismo de defesa natural) ataca o próprio corpo. “As células ao redor do folículo capilar o atacam e impedem a produção de novos fios. Pode estar associada a fatores genéticos, reações no sistema imunológico causadas por micro-organismos e fatores emocionais.” 

A dermatologista pontua os principais sintomas. “Perda brusca de cabelos, com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas, sem demais alterações. A forma mais comum é uma placa única, arredondada, que ocorre geralmente no couro cabeludo e/ou barba, conhecida popularmente como pelada.” 

Raquel alerta que o diagnóstico é feito por um dermatologista. “O diagnóstico é feito pelo Dermatologista somando a história clínica, exame físico e tricoscopia; mais raramente, torna-se necessário a investigação por biópsia (pequeno procedimento cirúrgico no qual extraímos um pedacinho da pele do couro cabeludo e enviamos para análise laboratorial).” 

A alopecia areata não é contagiosa. “Diversos tratamentos estão disponíveis, medicações tópicas como minoxidil, corticóides, difenciprona podem ser úteis. Corticóides injetáveis também podem ser usados em áreas bem delimitadas. Já em casos mais graves e recidivantes, podemos lançar mão de medicações orais e imunobiológicos. O mais importante é que a decisão deve ser tomada pelo dermatologista em conjunto com o paciente e a 'automedicação' deve ser evitada.” 

A especialista destaca que a doença não deve motivar preconceitos. “A alopecia areata, assim como qualquer outro sofrimento humano, não deve ser motivo de piada”, frisa. 

 

Autor

Myllayne Lima
Repórter de O Regional.

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