Combate ao câncer de colo do útero tem vacinação e exames preventivos
Foto: Olena Ivanova/Getty Images - Vacina contra o HPV tem pouca divulgação e aderência da população é baixa
Mês de conscientização abre espaço para medidas simples que podem fazer com que a doença deixe de ser um problema de saúde pública
Por Da Reportagem Local | 11 de janeiro, 2023

O Mês da Conscientização sobre o câncer do colo do útero é comemorado todos os anos em janeiro para incentivar mulheres a estarem mais atentas à sua saúde. O também chamado câncer cervical é um tumor que ocorre a partir de alterações causadas pela infecção persistente do HPV (vírus do papiloma humano), considerada a infecção sexualmente transmissível de maior incidência e prevalência no mundo. A boa notícia é que ela pode ser prevenida com medidas simples, como exame de Papanicolau e vacinação.

“Essa é uma doença que poderia ser eliminada, mas a falta de informação correta, a desigualdade e a dificuldade de acesso à saúde fazem essa possibilidade ficar distante. Por isso, campanhas como a do Janeiro Verde são fundamentais para conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção. Apesar de todos os avanços terapêuticos recentes, a prevenção ainda é a melhor forma de evitar a doença”, diz Angélica Nogueira-Rodrigues, oncologista com foco em saúde da mulher.

A Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, publicada em novembro do ano passado pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), revela que são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Enquanto 70% dos casos se concentram nas regiões Sul e Sudeste, devido à maior concentração populacional, nas regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil a doença apresenta seu maior desafio.

“Desde que seja detectado precocemente e tratado de forma eficaz, o câncer cervical é uma das formas de câncer tratáveis com mais sucesso. Mesmo quando diagnosticados em estágios avançados também podem ser controlados com tratamento adequado e cuidados paliativos. Com uma abordagem abrangente para prevenir, rastrear e tratar, podemos acabar com o câncer do colo do útero como um problema de saúde pública dentro de algumas gerações”, afirma Angélica.

A médica alerta que as mulheres não são adequadamente informadas quanto à necessidade de realizarem exames preventivos e que existem barreiras de acesso ao exame de Papanicolau ou a técnicas mais modernas e eficazes de rastreamento e tratamento de lesões precursoras curáveis. 

“O exame de Papanicolau nunca atingiu números satisfatórios de rastreamento, funciona em vários países do mundo, mas no Brasil não atingiu o seu potencial”, diz, complementando, quanto à vacina tetravalente contra o HPV, que embora esteja amplamente disponível na rede pública para homens e mulheres, não há divulgação apropriada e a aderência da população é baixa.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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