
Criado pela Associação Internacional de Teatro para a Infância e Juventude - Assitej (em francês: Association Internationale du Théâtre de l'Enfance et la Jeunesse), o Dia Mundial do Teatro para a Infância e a Juventude nasceu na Europa com o slogan: “dia 20 de março leve uma criança ao teatro”. No entanto, a realidade é que é muito mais fácil levar o teatro às crianças.
Em Catanduva, a Cia. da Casa Amarela, com 30 anos de história e referência da dramaturgia infanto-juvenil, comemora o Dia Mundial do Teatro desde 2007. O grupo, entretanto, tem optado por levar o teatro às escolas, diante da dificuldade de agendar o Teatro Municipal Aniz Pachá para a data – que sempre está reservado para outros eventos, não necessariamente culturais.
“Catanduva é uma das poucas cidades do mundo que comemora, através das ações da Cia. da Casa Amarela, essa data tão importante para a cultura e formação da infância”, frisa o grupo.
Criada e dirigida pelos atores Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues, a Cia. da Casa Amarela tornou-se referência dramatúrgica e estética nacional e internacional, recebendo o respeito de artistas de várias localidades, inclusive alguns fizeram depoimento no documentário “Um Toque de Amarelo”, comemorando aniversário da trupe catanduvense.
Com mais de 100 prêmios em festivais nacionais e internacionais, elogiada em críticas da Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e Revista Veja, a Cia. da Casa Amarela é a única do interior paulista agraciada com três prêmios da APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte, em São Paulo, com 3 espetáculos diferentes, e três Troféus Mambembe, também na capital paulista.
Este ano, neste 20 de março, a Cia. da Casa Amarela apresentará “Luna” nas escolas. A peça estreou no final de novembro passado em sete apresentações dentro do edital PNAB, Lei Aldir Blanc, e emocionou crianças e adultos.
Para a produção do espetáculo, além dos meses de pesquisa com livros e internet, Drika Vieira, Carlinhos Rodrigues e Ian Costa viajaram à Espanha, em junho de 2024, para vivenciarem a cultura, atmosfera e permutar experiências com artistas locais. Para “Luna”, que tem em sua dramaturgia e estética o universo flamenco de García Lorca, os três passaram dias de vivência na Andaluzia, principalmente em Granada, cidade do poeta, e em Sevilha, Cádiz e Málaga.
“Muitas escolas não realizam parceria conosco, ou por falta de conhecimento – o que é absurdo porque estamos fazendo isso há 30 anos – ou por não compreenderem a importância do promover esse encontro tão significativo e produtivo para seus alunos. Comumente ouvimos de coordenadoras ou diretoras, frases do tipo: “os alunos não se interessam” ou “há um cronograma a ser seguido e não há espaço ou tempo para apresentar teatro”, o que revela a falta de olhar e entendimento”, comenta Drika.
Carlinhos Rodrigues completa: “felizmente há escolas que anualmente fazem essa parceria conosco, embora a procura de escolas, instituições e projetos culturais de outras cidades seja maior do que em Catanduva, o que nos faz apresentar mais fora do que na nossa própria comunidade, o que é uma pena”.
30 ANOS
2025 é especial para a Cia. da Casa Amarela, que completa 30 anos de história, apresentando-se em todo o país. Drika e Carlinhos também já fizeram exibições em Portugal e mantêm trocas com diretores, dramaturgos e artistas internacionais em geral, além de artistas brasileiros que compõem esse grupo que luta pela valorização do teatro para crianças com inteligência e sensibilidade, fugindo do estereótipo do teatrinho, pecinha e tatibitate de muitas produções.
Autor
