A comemoração do Dia Nacional da Saúde, no último sábado, 5 de agosto, tem como foco a conscientização das pessoas sobre a importância de cuidar do bem-estar do corpo e mente. Uma das atitudes eficazes nesse sentido é a prevenção através de exames periódicos, dentre os quais o check-up cardiológico é um dos mais importantes.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) recomenda às mulheres começar as consultas anuais a partir dos 50 anos e, aos homens, ao completar 45 anos.

Para milhões de pessoas no Brasil, no entanto, o check-up deve começar a ser feito muito antes, ainda quando jovens, ressalta a cardiologista Adriana Bellini Miola, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares - IMC, de São José do Rio Preto. “São pessoas que possuem histórico familiar de doenças cardíacas ou que já foram vítimas dessas enfermidades. Por exemplo, se os pais sofrem com insuficiência cardíaca, arritmia ou angina”, explica.

Adriana também faz alerta às mulheres mais jovens, que estariam supostamente mais protegidas pelos fatores hormonais às doenças cardíacas, mas em que se constatou aumento de mortes. “Segundo a SBC, a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares agudas subiu 7,6% entre mulheres de 15 a 49 anos entre 1990 e 2019”, informa a médica.

Segundo a especialista, avaliar periodicamente o coração, artérias e veias é fundamental para a saúde porque o sistema cardiovascular tem papel decisivo para o bom funcionamento de todo o corpo humano, em especial órgãos vitais como pulmões, rins, fígado etc.

“Infelizmente, boa parcela da população não realiza o check-up cardiológico periódico, o que resulta, por exemplo, nos números alarmantes de casos de doenças cardiovasculares”, afirma a cardiologista do IMC.

NÚMEROS

As doenças cardiovasculares provocam duas vezes mais mortes do que todos os tipos de câncer juntos no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, no país, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular e pelo menos 400 mil mortes ocorrem por ano, em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todos os óbitos no país. É a causa número 1 de mortes de brasileiros.

Até 2 de agosto, o “Cardiômetro”, indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares no país, criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, totalizava 236 mil óbitos este ano. Segundo a entidade, são mais de 1.100 mortes por dia, 46 por hora, uma a cada 90 segundos.