A quantidade de brasileiros endividados chegou, este ano, ao maior índice da série histórica do Mapa da Inadimplência divulgado pela Serasa. São mais de 70,5 milhões de inadimplentes. Em Catanduva, o levantamento mostra que 43.973 pessoas têm o nome restrito, o equivalente a 35% da população, quando considerados 123.114 habitantes da estimativa do IBGE para 2021.
A pesquisa da Serasa, que contabilizou os dados em fevereiro de 2023, revela também que os números cresceram em um ano na cidade, já que no mesmo mês do ano passado, 42.339 catanduvenses estavam inadimplentes. O aumento foi de 3,85% no período.
A quantidade de dívidas também cresceu, passando de 180.198, em fevereiro do ano passsado, para 195.408 no segundo mês deste ano. Nesse caso, a alta foi de 8,4%.
De acordo com a Serasa, o recorte de segmento das dívidas é feito por Estado e não por município. No caso de São Paulo, 34,28% das pendências se referem a bancos/cartões, 21,49% a utilities (contas básicas como água, energia e gás), 3,75% a telecom e 7,61% ao varejo.
Para quem está dentro desta estatística, a mentora financeira Silvia Machado faz um alerta: “Para fugir da inadimplência não há milagre. Há planejamento, mudança de hábito e muito controle para não gastar mais do que ganha”. “Independentemente do motivo que gerou a inadimplência para sair dela será preciso reavaliar hábitos. Boa parte dos débitos com cartão crédito, por exemplo, é motivada pelo descontrole. Gastar mais do que ganha e na hora de pagar a fatura, o salário não dá para quitar o débito”, afirma.
O planejamento, segundo ela, não é somente planilhar as despesas mensais. “Vejo muitas pessoas fazendo planilhas, montando as despesas dos últimos meses e ficam apenas mais agoniadas e sem opções para resolver. Sugiro um outro formato de planejamento. Liste os itens essenciais: moradia, saúde, educação, alimentação. Circule o quanto você realmente precisa para estas despesas e analise se ainda tem alguma “gordura”. Depois liste os demais itens que são aqueles que eu chamo de estilo de vida. Pequenos luxos ou confortos que podemos abrir mão ou reduzir custos. Destaque o quanto ganha e reduza tudo o que puder reduzir para uma possível sobra e negociação das dívidas”.
Silvia reforça que em vez de buscar quitar os débitos com juros mais altos, que possibilitam maior poder de negociação, a pessoa tem de pagar primeiro dívidas que têm bens como garantia. “Porque se não negociar logo você corre o risco não só de perder o dinheiro que já pagou como também perder o bem. Eu seguiria esta ordem: financiamentos ou empréstimos com garantia, parentes e amigos e por último as de juros mais altos”, recomenda.
Autor