Catanduva registra 131 acidentes envolvendo escorpiões até mês de agosto
Em São Paulo, houve aumento de 13% no número de casos em comparação a 2022; colaboradores da EMCAa passaram por treinamento específico
Crédito: Divulgação/Ministério da Saúde - Após uma picada, é imprescindível procurar rapidamente o serviço de saúde mais próximo
Por Da Reportagem Local | 05 de setembro, 2023

A Secretaria de Estado da Saúde registrou mais de 24.200 casos de acidentes com escorpiões em São Paulo nos primeiros sete meses de 2023. O número é 13% maior que o verificado no mesmo período do ano passado, quando foram notificados quase 21 mil casos, e representa tendência de alta em relação aos anos anteriores.

De acordo com Roberta Spínola, médica veterinária e diretora da Divisão de Zoonoses da Secretaria de Saúde do Estado, atualmente, as regiões de Araçatuba e São José do Rio Preto apresentam o maior número de acidentes com escorpiões.

Questionada, a Secretaria de Saúde de Catanduva informou que de janeiro a agosto deste ano foram 131 acidentes envolvendo escorpiões na cidade, sendo que a maior ocorrência aconteceu no mês de janeiro, em total de 28. Já no mesmo período de 2022, foram 153 casos.

O secretário de Saúde de Catanduva, Adriano Araújo, conta que os colaboradores da Equipe Municipal de Combate ao Aedes aegypti (EMCAa) passaram por treinamento específico sobre o manejo com o escorpião junto à Superintendência do Controle de Endemias (Sucen), durante a Semana Estadual de Enfrentamento ao Escorpião.

Ele ainda elenca cuidados para evitar que esses animais entrem nas residências. “A equipe faz busca ativa quando as demandas chegam, trabalha com a questão de captura e a orientações, o que eu acho que é o foco mais importante nosso: orientar nossa população, nossos munícipes a como agir em casos com esse tipo de animal. Então é importante fechar ralos de banheiro, de quintal; tomar muito cuidado com onde vai a água das máquinas de lavar e tanquinhos, porque é importante sempre estar vedando; as pessoas que têm quintais grandes devem deixar os quintais sempre limpos, não deixar folhas, restos de madeira e tijolos, que é onde eles gostam, por ser um ambiente úmido e escuro, então é muito importante estar sempre prestando atenção nisso”, destaca o secretário.

Caso aconteça de aparecer um escorpião na residência ou em algum local próximo, o munícipe pode entrar em contato diretamente com a EMCAa, por meio do telefone (17) 3531-9200, ou também acionar a Ouvidoria da Secretaria de Saúde, no telefone (17) 3531-9300.

Adriano também chama a atenção para que os cuidados com as crianças sejam redobrados. “Outro fator que precisamos olhar com atenção, principalmente pessoas com crianças pequenas e de berço, é não deixar roupas de cama no chão, sempre olhar caixas de brinquedos para não ter esse risco”, diz.

MAIOR RISCO

O escorpião amarelo é a principal espécie que causa acidentes graves. Inclusive, com registro de óbitos no estado de São Paulo. Indivíduos adultos da espécie têm cerca de sete centímetros de comprimento. Na natureza, esses animais vivem em buracos, embaixo de pedras, em troncos de árvores ou cupinzeiros. Em áreas urbanas, tendem a se abrigar em ambientes semelhantes, como pilhas de entulho, galerias de esgoto, subsolos de residências e casas inacabadas.

Acidentes com escorpiões podem apresentar sinais e sintomas específicos. No acidente leve, o principal sintoma é a dor intensa no local da picada, que pode irradiar para o membro acometido, seguido ou não por sudorese e taquicardia. Acidentes de intensidade moderada podem levar o paciente a apresentar agitação, vômitos, sudorese discreta, taquicardia, taquipnéia e hipertensão leve.

No acidente grave, os sintomas se intensificam e tornam-se generalizados. O vômito é o principal sintoma de alerta, principalmente em crianças de até 10 anos. Neste grupo, a gravidade do acidente e a letalidade tendem a ser maiores. Os seus responsáveis devem suspeitar de uma picada de escorpião quando a criança apresentar choro intenso, sem causa aparente e vômito. Neste caso, devem procurar atendimento médico imediatamente e informar a suspeita do acidente com escorpião.

Adolescente foi picada enquanto dormia

A inspetora de alunos Cíntia Leite Rodrigues acordou assustada quando a sua filha, Stephanie, de 16 anos, foi picada por um escorpião durante a madrugada, enquanto dormia. “Ela sentiu um bicho andando e bateu a mão, e nisso o escorpião picou o dedo dela. Como era de madrugada e no outro dia eu ia ter que trabalhar, ela falou que não ia nos chamar. Mas aí a minha outra filha que estava do lado viu que ela começou a chorar. Acendeu a luz e viu o escorpião em cima da cama”, conta.

O escorpião foi colocado em um vidro e, como a menina sentia muita dor, o dedo adormecido e a mão doendo, foi levada para o hospital. “Chegando lá deram um soro nela e aí depois viemos embora e ela sentiu ainda dormência no dedo.”

O acidente aconteceu em outubro do ano passado, mas as sequelas permanecem e devem durar ainda por longo tempo, conforme conta educadora. “Até hoje ela sente dormência no dedo porque ela fala que a dor é muito grande. Fica uma sequela, o médico já tinha falado para nós. Tem hora que muda o tempo, ela sente o dedo adormecido e sente o coração acelerar. O médico falou que isso ia acontecer por uns bons anos, por causa do veneno dele”, relata.

A inspetora de alunos, que mora no Parque Glória VI, afirma ter redobrado os cuidados, principalmente por ter um bebê de um pouco mais de um ano em casa. E se não fosse ela e o marido terem agido rapidamente, o desfecho poderia ter sido diferente. “Tomamos todos os cuidados, porque como eu moro em uma chácara, passamos regente na casa inteira. E o cuidado é maior porque eu tenho bebê de um ano também. Ainda bem que a minha filha do meio nos chamou, porque na preocupação dela de que no outro dia eu ia trabalhar ela não iria chamar”, pontua Cíntia.

Após uma picada, é imprescindível procurar o serviço de saúde mais próximo para receber tratamento para dor e soroterapia adequada.

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Da Reportagem Local
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