Em Catanduva, neste ano, foram aplicadas 2.325 doses da vacina injetável contra poliomielite ou paralisia infantil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A média é de 232,5 doses por mês. Já a cobertura vacinal pelo imunizante oral bivalente neste ano é de pouco mais de 88%.
Como percebido nas informações anteriores, há dados de dois tipos de vacina contra a paralisia infantil, injetável e oral. Porém, desde o início desta semana, o Ministério da Saúde está substituindo as doses de reforço da vacina oral da pólio bivalente por uma dose da vacina injetável.
No esquema atual, a criança recebe três doses da vacina injetável, aos 2, 4 e 6 meses, e duas doses de reforço da vacina oral, a gotinha, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A partir de agora, o novo reforço com todas as doses injetáveis fica assim: primeira dose aos 2 meses, segunda dose aos 4 meses, terceira dose aos 6 meses e um reforço aos 15 meses.
A substituição segue tendência mundial e foi amplamente discutida na reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações, com a participação dos representantes da Sociedade Científica, com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS).
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica que a vacina em gotinhas foi muito importante para a imunização no país. O Brasil está há 34 anos sem a doença. Porém, segundo ele, quando a vacina oral é substituída, é tirado do esquema uma vacina de vírus vivo. Esse tipo de vacina apresenta restrições, principalmente para crianças com alterações na imunidade, que podem ter problemas quando tomam vacinas de vírus vivo.
De acordo com o especialista, a substituição da gotinha pela vacina injetável trará benefícios para pessoas com sistema imunológico comprometido, além de evitar risco de contaminação por uma variante vacinal do vírus.
ZÉ GOTINHA
Criado nos anos 1980, o Zé Gotinha é um personagem que marca a luta contra a poliomielite e está presente no imaginário de grande parte da população brasileira. Segundo o Ministério da Saúde, mesmo com o fim da aplicação da vacina oral, o personagem vai continuar existindo, porque ele entrou em campo também para alertar sobre a prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Portanto, ele continua trabalhando em prol da imunização.
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