A taxa de testes positivos para a Covid-19 aumentou no Brasil nas primeiras semanas de agosto. Um dos levantamentos é da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, que representa laboratórios e clínicas privadas. Os dados mostram elevação de 6,3% de 29 de julho a 4 de agosto para 13,8% entre os dias 12 e 18 de agosto. O aumento ocorre diante de um cenário distinto do verificado em momentos anteriores da pandemia, com a maioria da população já vacinada e menos risco de casos graves.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, monitora o aumento da circulação da Éris, subvariante da Ômicron, que é um dos fatores apontados por especialistas para o aumento dos casos. Apesar de mais transmissível, a Éris não está associada a casos mais graves ou mortes. Para a OMS, ela é uma variante de interesse com grau inferior ao das variantes de preocupação. O Brasil enfrenta a sazonalidade dos casos com maioria da população já tendo tomado as doses básicas da vacina, mas o reforço da vacina bivalente só foi aplicado em 15% do público-alvo. Na avaliação de Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, a atual onda da Covid deve durar entre quatro a seis semanas.
Em Catanduva, entretanto, não foi constatada qualquer alteração nos indicadores. De acordo com números da Secretaria de Saúde, os casos de Covid-19 se mantêm estáveis desde junho. Foram registrados 130, 151 e 110 confirmações da doença nos meses de junho, julho e agosto, respectivamente, sendo a última atualização em 25 de agosto. Desde o início da pandemia, o município soma 155.606 notificações, 47.659 confirmações e 747 mortes pela doença.
Apesar da aparente tranquilidade, o médico pneumologista Pedro Macchione alerta para o aumento na procura por pacientes com os sintomas da doença. Ele diz que o crescimento é considerável e que os relatos são de sintomas leves. E chama a atenção, mais uma vez, para a necessidade da vacinação.
“Estamos vivendo realmente um recrudescimento de alguns casos de transmissão de Covid. Trata-se de uma subvariante do vírus Ômicron, bastante difusível, mas sem casos graves por enquanto. Não temos nenhum caso hospitalizado. O número de consultas realmente aumentou, não é um aumento substancial, mas é um considerável e os cuidados são os gerais, sem nada muito especial. Nada de entrar nas terapêuticas antigas que nós combatemos tanto no pico da pandemia, apenas cuidados com febre, hidratação e isolamento. É importante ressaltar que a única defesa que nós temos eficiente é a vacina. A bivalente já comporta a variante Ômicron, portanto, ela dá uma boa proteção mesmo que seja uma subvariante. Portanto vamos todos vacinar, tomar a bivalente em todas as idades, sem nenhuma restrição. Não há nenhum risco de a vacina causar qualquer tipo de problema”, afirma.
BAIXA COBERTURA
Os números da Secretaria Municipal de Saúde revelam que os catanduvenses não têm dado atenção para a atualização da caderneta de vacinação contra a Covid. A aplicação das doses de reforço segue em ritmo lento. Até o dia 30 de agosto, 9.685 pessoas foram vacinadas com um reforço bivalente. Pouco mais de 66 mil pessoas tomaram a primeira dose de reforço. A segunda dose foi aplicada em quase 27 mil pessoas e o terceiro reforço foi procurado por apenas 96 catanduvenses.
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