Candidíase atinge ainda mais mulheres durante o verão, afirma ginecologista
Marcia Regina Rebellato diz que motivo principal é o calor, que causa alteração no pH da vagina e reduz os bacilos de defesa
Crédito: Divulgação - Para a ginecologista Marcia Regina Rebellato, a candidíase é ainda mais comum no verão por diversos fatores
Por Stella Vicente | 01 de janeiro, 2023

A candidíase se caracteriza pela presença do fungo chamado candida albicans ou monília, podendo ser chamada também de monilíase vaginal. Pode causar uma leucorréia, um corrimento, branco e espesso, além de irritação local e prurido, um tipo de coceira. Para a ginecologista e cooperada da Unimed, Marcia Regina Rebellato, a candidíase é ainda mais comum no verão por diversos fatores.

“O calor causa a alteração do pH na vagina e a redução dos bacilos de defesa da flora de proteção, facilitando a proliferação da doença. Para diminuir os riscos de candidíase, alguns cuidados com a higiene pessoal devem ser redobrados nessa época do ano”, afirma a especialista.

A doença pode ser prejudicial ao sistema reprodutor e o problema costuma gerar sintomas bastante incômodos. “Entre as principais manifestações estão coceira e vermelhidão na região da vagina, corrimento branco e espesso e ardência ao urinar. Pode dificultar a possibilidade de gravidez, dar coceira, ardência, vermelhidão local, ardor e até mesmo dor para ter relação sexual, desconforto ao urinar e dar edema e descamação local”, descreve Marcia.

Ela ainda conta quais os cuidados que devem ser tomados para se evitar a candidíase. São eles: ter uma alimentação equilibrada; evitar alimentos ácidos e doces; praticar atividades físicas para melhorar a imunidade; usar roupas leves, principalmente calcinhas de algodão; dormir sem calcinha a noite; se estiver na piscina ou praia não é recomendado ficar muito tempo com roupa molhada; e cuidar do sistema emocional para não ficar estressada, triste ou irritada, pois piora a imunidade.

Quanto ao tratamento, a ginecologista diz que ele é indicado para alívio dos sintomas e que não há indicação para mulheres assintomáticas. “O tratamento de parceiros sexuais é desnecessário. Não há contraindicação para as relações sexuais, mas pode ser desconfortável até que os sintomas melhorem”, completa.

Dentre as opções de tratamento, Marcia cita o uso oral de Fluconazol 150 mg VO, em dose única, que mantém concentrações terapêuticas nas secreções vaginais durante, pelo menos, 72 horas. Não deve ser usada na gestação e puerpério; nesses casos, deve-se priorizar o tratamento tópico.

Para a opção de uso tópico são indicados o medicamento composto por Clotrimazol 1% creme e Miconazol 2% em creme, com aplicação via vaginal a ser feita por sete dias; ou o Tioconazol 6,5%, Butoconazol 2%, também em creme, com uma aplicação via vaginal de cinco gramas em dose única. Marcia ainda ressalta que neste caso o creme deve ser aplicado à noite, antes de dormir, e que também é recomendado evitar relações sexuais durante o tratamento.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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